A Cinubiteca da Universidade da Beira Interior acolhe até amanhã a extensão do DOC Lisboa – Festival Internacional de Cinema Documental. “No jardim do Mundo”, “A Praça” e “Estrela da Tarde” são os filmes exibidos hoje no anfiteatro da Parada, no pólo central da UBI. O primeiro documentário, de Maya Rosa, retrata a vida dos trabalhadores agrícolas do Alentejo. O filme é exibido às 11 horas e baseia-se nos testemunhos de homens e mulheres sobre os tempos de miséria e os dias de hoje. Com “A Praça”, que é exibido às 18 horas, a câmara de Luís Alves de Matos pretende mostrar a interminável reconstrução de uma praça no bairro de Chelas, revelando com ironia a ineficiência dos poderes públicos e o espírito ora rezingão, ora resignado, dos moradores. Para este documentário, o realizador filmou a reconstrução daquela praça ao longo de três anos. Os sonhos, as fantasias e contradições de uma dona de casa cheia de personalidade é a história de “Estrela da Tarde”, um documentário que nos ensina a conciliar o amor por Che Guevara com as mais simples tarefas domésticas. A realização está a cargo de Madalena Miranda.
Amanhã, pelas 18 horas, Leonor Areal traz à UBI “A Guerra do Iraque”. O filme reflecte em 26 minutos as ideias e opiniões de crianças de uma turma da escola primária que fazem um filme de animação sobre a guerra no Iraque. E como não poderia deixar de ser, os protagonistas são os mesmos da vida real: George W. Bush, Tony Blair, Saddam e Bin Laden. “Malmequer, bem-me-quer ou o diário de uma encomenda” é o filme que se segue, realizado por Catarina Mourão. Esta produção deveria reflectir sobre os jovens lisboetas de hoje, mas devido a problemas de relação com o canal de televisão ARTE, que encomendou o trabalho, o filme surge agora com uma segunda versão em forma de diário de rodagem onde se descobrem as dúvidas e dificuldades de um processo de criação face às expectativas e regras da encomenda. Todos estes filmes competem na secção de documentários portugueses, à excepção de “No Jardim do Mundo”, que compete internacionalmente. A extensão do DOC Lisboa dura desde domingo passado e já passou até ontem sete documentários seleccionados para as secções de competição de documentários portugueses e internacional. A entrada é gratuita.
