No dia em que comemora a “maioridade”, o Grupo de Teatro Universitário da Beira Interior (TeatrUBI), em parceira com a Associação de Teatro e outras Artes (ASTA), arranca com a XIª edição do Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior. Conseguir superar a média de 100 espectadores por espectáculo é um dos grandes objectivos do festival que tem início agendado para dia 14, contando com uma forte participação de grupos espanhóis e de um venezuelano.
“Plagiai”, o nome da primeira co-produção do TeatrUBI e da ASTA, cuja base são os sete pecados capitais e que estreia hoje, é a peça que abre o festival, com repetição no dia 15. Todos os espectáculos estão agendados para o Teatro-Cine da Covilhã. A festa do teatro universitário prossegue no dia seguinte com o GrETUA – Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro, que apresenta “Quinto Império – a promissão”, de Vicente Sanches. Para dia 17 está agendada a participação do Fc-Acto – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa com “Choque frontal entre um automóvel e um carro”, de A. Branco, enquanto na noite seguinte subirá ao palco “Projecto Müller”, pelo TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra. Segue-se a GÍGNOMAI – Real Escuela de Arte Dramático de Madrid com “Blasted – La marquesa Larkspur Lotion”, de Sara Kane e Tennesse Williams, no dia 20. “A Comunidade”, baseada no filme de Alex de La Iglésia, é o espectáculo em cartaz para 21 de Março, noite em que estará de serviço o Cénico de Direito – Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Dia 22 actua uma das maiores novidades desta edição, os venezuelanos do IUTAGTEATRO – Instituto Universitario de Tecnología “Alonso Gamero”, que vão representar o monólogo “Al Fondo del Espejo”, de Rafael Zarraga. Esta participação é considerada um «grande destaque» por Rui Pires, director do festival e presidente do TeatrUBI. Está depois em cena “El Silencio de la Oscuridad”, de Asunción Mieres, pela La Linterna Mágica (Cáceres, Espanha), e, no dia seguinte, o NNT – Novo Núcleo de Teatro da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa com “No País das Últimas Coisas”, de Paul Auster. “À Procura de Anton”, baseada na adaptação de textos de Tcheckhov, pelo GTUL – Grupo de Teatro da Universidade Lusíada acontece no dia 25. Os últimos espectáculos estão a cargo de duas companhias de Ourense (Galiza). A 26 actuam os Maricastaña – Aula de Teatro Universitaria com “Unicórnio”, de Fernando Dacosta, terminando o festival no Dia Mundial do Teatro, com a peça “Encerradas”, a partir do texto “Casa de Bernarda Alba”, de García Lorca, pelo Trécola Teatro, companhia profissional que actuará pela primeira vez em Portugal.
O festival, que começa no dia em que o Teatr’UBI assinala o seu 18º aniversário, é o «mais antigo do país» e é considerado «um dos melhores a nível europeu», salienta Rui Pires, que deixou a porta aberta para a participação de outra companhia vinda «de longe», cuja presença ainda não estava confirmada devido a problemas com os vistos. Com um orçamento de 36 mil euros, o certame vai, como é norma, atribuir os prémios do júri, no valor de 500 euros, e do público, de 250 euros. As expectativas da organização passam por ter mais espectadores que em anos anteriores, daí que será «muito bom superar a média de 100 pessoas por espectáculo», frisa o director festival, sublinhando que a aposta nos grupos internacionais «é para continuar e fortalecer». Por sua vez, Sérgio Novo, presidente da ASTA, elogiou esta parceria e criticou o «marasmo cultural» existente na Covilhã «por culpa das entidades que deveriam dinamizar este sector».
Ricardo Cordeiro