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Festival de Teatro da Covilhã continua em pleno

Marionetas, drama, comédia, teatro para a infância e música até à próxima quarta-feira

Ana Meira, Isabel Bilou, Gil Salgueiro Nave, José Russo e Victor Zambujo, do Centro Dramático de Évora (CENDREV), manipulam esta noite na sala de espectáculos do Teatro das Beiras, os “Bonecos de Santo Aleixo”. Com 20 e 40 centímetros de comprimento, estes bonecos são a expressão mais simples da riqueza popular alentejana. Através destes títeres tradicionais, o Cendrev vai contar as fábulas, as histórias, o saber da experiência feita e as cantigas populares acompanhados pela melodia da guitarra portuguesa. Nos espectáculos, a companhia utiliza um retábulo construído em madeira e tecidos floridos reproduzindo um palco tradicional em miniatura com pano de boca. À medida que se vão contando as histórias, as personagens vão mudando de guarda-roupa permitindo, como no teatro naturalista, que as pessoas identifiquem as personagens.

No dia seguinte, o Cendrev volta a pisar o palco da companhia covilhanense com “A Rainha de Beleza de Leenane”, de Martin McDonagh e encenada por Gil Salgueiro Nave. Isabel Bilou, Jorge Baião, Maria Marrafa e Celino Santos “vestem a pele” de uma família conflituosa, cujas relações estão já “apodrecidas”. No sábado, é a vez do Teatro ao Largo dar “Fortuna” à plateia com a última das Comédias Áticas do grego Aristófanes. Formado em 1994 e com sede em Odemira, o Teatro ao Largo tornou-se o principal grupo profissional de teatro itinerante em Portugal com o objectivo de introduzir o teatro profissional nos meios mais rurais. Trata-se de uma peça leve e de rápida acção, povoada por deuses, informadores do governo e pedintes. Os temas centrais de “A Fortuna” são a eterna atracção pela riqueza e a desigualdade da distribuição de bens, revelando a esperança de escapar à pobreza e às tendências de divisão social. Cabe a Daniela Vieitas, Pedro Assis, Rui Penas e ao encenador Steve Johnston a interpretação desta peça escrita no século V a.C..

Os fundanenses também podem ver amanhã à noite no auditório da escola secundária “O Relato de Alabad”, pelo Teatro Meridional. Nuno Pino Custódio e Fernando Mota apresentam o relato muçulmano da conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques aos mouros em 1147. No dia 9, são os mais novos que podem assistir à peça “…e as Palavras Voaram”, pelo Teatro do Imaginário. Ariana Couvinha, Margarida Cunha e Susana Russo vão contar e representar a história das palavras irrequietas que fugiram do dicionário por causa da pata Hortense. Um espectáculo para ver na Escola Secundária do Fundão às 11 horas e às 14h30, mas também na quarta-feira, no Teatro das Beiras. Um dia antes e neste mesmo espaço, as crianças podem assistir a “Tiu Jouquin e a Aldeia dos Patudos”, pela Jangada de Teatro. Neste espectáculo de marionetas, há lugar para bruxas, demoniozinhos, rezas, esconjuros e para falar da força do rio Douro. Durante as noites de amanhã e sábado, o público pode ainda ouvir, a partir das 23 horas, o Quinteto de Acordeões e Quarteto de Clarinetes do Conservatório de Castelo Branco e ao Musicalbi, respectivamente.

Liliana Correia

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