A freguesia de Sebadelhe, em Vila Nova de Foz Côa, já se prepara para a segunda edição do Sebadelhe Metal Fest, no sábado. O único festival de música pesada da região tem um cartaz diversificado com sete bandas nacionais e é para continuar, garante a organização.
O evento é promovido pela Associação Patrimónios de Peso com o intuito de «mostrar à nossa sociedade o verdadeiro significado deste género musical», refere Frederico Lobão, presidente do Conselho Fiscal da coletividade. Tratando-se de um género musical restrito, há vários obstáculos por de trás da sua organização. «A primeira está na forma como se apresenta um festival do género a um município, que logicamente apoiará com mais facilidade um evento que traga massas do que um evento associado a movimentos “underground”. Depois vêm as dificuldades logísticas, pois temos que nos desmultiplicar em várias áreas para garantir que tudo esteja pronto para o grande dia», acrescentou o dirigente. Na Junta de Freguesia, a decisão de apoiar o evento não foi tarefa fácil, pois «houve alguma objeção por parte da população por ser algo diferente e, sendo a primeira vez, existiram alguns riscos», admitiu o autarca Joaquim Félix.
No entanto, a recetividade e apoio dos habitantes foram aspetos positivos e surpreendentes no ano passado. Entre as cerca de 200 pessoas presentes na edição anterior, encontravam-se muitos residentes. Para Sónia Madeira, comerciante local, este tipo de atividades «tem importância porque traz pessoas à terra e, de uma maneira ou de outra, o nome de Sebadelhe é divulgado». De acordo com a organização, este ano o cartaz vai do “grindcore” ao “death metal”, passando pelo “thrash metal”. «Temos como cabeças de cartaz os WEB, oriundos do Porto, que contam com 25 anos de existência. Os Dead Meat também têm uma carreira assinalável de 15 anos. A acompanhar estão algumas bandas do underground nacional, como Brutal Brain Damage, Machinergy, Gorgasmico Pornoblastoma, Destroyers Of All e Shoryuken», elenca Pedro Nevado, vice-presidente da direção da associação. O encerramento ficará a cargo do DJ/VJ Kira.
O principal apoio do festival vem da Câmara de Vila Nova de Foz Côa e Frederico Lobão afirma que «deve ser encarado como um embrião que se começa a desenvolver, pouco a pouco, conquistando adeptos para que um dia se possa tornar numa referência neste género». Os concertos decorrem no recinto do polidesportivo local e a entrada é gratuita.
