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Festival de Cinema da Covilhã suspenso

Mostra foi cancelada devido ao atraso na homologação do apoio do Inatel

O tradicional festival de cinema organizado, anualmente em Maio, pela delegação do Inatel da Covilhã não vai realizar-se este ano após quase duas décadas de existência. Em causa está o atraso na homologação do apoio do Inatel nacional para a realização do certame que estava programado para o Teatro-Cine da Covilhã, com extensões na Sertã e Idanha-a-Nova, de 12 a 20 deste mês.

Luís Cassapo, coordenador cultural da delegação covilhanense, lamentou o cancelamento do festival, que era «um marco cultural» na região. «Ao longo de 19 anos, levámos cinema aos sítios mais recônditos», acrescentou, lembrando os vários ciclos dedicados à Sétima Arte desde 1989, numa altura em que pouco havia em termos culturais nesta zona do país. Começou por ser uma semana dedicada ao Cinema Português (1989), passando depois para “Semana de Cinema Europeu” (1990), Semana do Filme Fantástico e Ficção Científica (1991) e Semana de Literatura e Cinema” (1992). De 1993 a 2003, o ciclo organizado pelo Inatel dedicou-se de novo ao Cinema Europeu, dando a conhecer, em 12 semanas anuais, os melhores filmes produzidos no “velho continente” e realizadores até então desconhecidos. Em 2004, o evento evoluiu para Festival de Cinema da Covilhã, com carácter competitivo nacional de curtas e longas-metragens.

Este ano seria já a terceira edição, mas «o atraso na homologação da verba a suportar pelo Inatel impediu a sua realização em tempo útil», explicou Luís Cassapo, lembrando que a delegação fez várias diligências para obterem “luz verde” orçamental. Mas no final de Fevereiro, e sem qualquer resposta da direcção nacional, não restou outra alternativa que a suspensão da mostra até ao próximo ano, até porque seria «impossível e proibitivo» realizá-lo noutra data. «Abril e Maio são os melhores meses», garante, lembrando que a maioria do público do festival são os estudantes universitários, pelo que seria «impensável» realizá-lo no Verão ou durante as festas académicas. Por outro lado, alterar a data do evento colocaria ainda em causa a sua «credibilidade e a fidelização do público», salienta o coordenador cultural, pois «todos os Festivais de Cinema têm meses fixos». Os 18.500 euros em causa estavam previstos no orçamento da delegação para este ano, que foi aprovado pela direcção nacional do Inatel. No entanto, a sua homologação ainda não aconteceu. Recorde-se que a edição do ano passado também viveu uma situação semelhante até poucos dias antes do início do festival. Bernardino Gata, delegado regional do Inatel, preferiu «não entrar em polémicas», dizendo apenas que a suspensão foi a «melhor opção» face à situação de atraso e para garantir a qualidade do festival.

Liliana Correia

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