Este era um jogo aguardado com alguma expectativa em Souropires, aldeia do concelho de Pinhel, depois da estreia auspiciosa do clube no Nacional da IIIª Divisão. E nada melhor para os da casa que entrar a marcar. Aos 8’ de jogo, Alex fez o primeiro golo do Souropires, na transformação de um livre frontal à baliza do Peniche.
Com este golo madrugador, a equipa orientada por Manuel Barbosa evidenciou um futebol de perigo constante com resultados evidentes. Ainda não refeito do primeiro tento, o Peniche viu as suas redes novamente violadas com novo golo de Alex, que, aos 15’, ampliou o marcador com um lance tirado a papel químico do primeiro tento da partida. Mas diga-se em abono da verdade que a equipa do Peniche entrou melhor no jogo e dispôs nos primeiros quatro minutos de duas excelentes oportunidades – dois livres à entrada da área – para marcar. Mas apesar das alterações tácticas do seu técnico, os visitantes não conseguiram contrariar a bem estruturada formação da casa que chegou ao intervalo com um resultado muito favorável, embora o Peniche tenha terminado o primeiro tempo a pressionar o Souropires.
A segunda parte foi bem diferente, já que o Peniche, sem mostrar grandes pormenores, foi subindo no terreno e começou a criar perigo junto à baliza contrária. O sector defensivo do Souropires viveu então alguns calafrios, com os erros a sucederem-se e a permitirem o empate, que chegou através de dois lances de bola parada. Naco fez o primeiro tento dos visitantes, depois, num canto, Bacatel saltou melhor que toda a gente e selou o empate. A seguir, o jogo decaiu um pouco de qualidade, com a equipa visitante a não conseguir chegar com real perigo à baliza contrária, enquanto o Souropires foi desperdiçando algumas boas oportunidades, as mais flagrantes ao cair do pano, por intermédio de Milford e Fernando. Como o empate persistiu até ao final dos 90 minutos regulamentares, a partida foi para prolongamento, uma fase totalmente dominada pelo Souropires. O Peniche nunca mais se viu em campo, passando a jogar com a única intenção de fazer anti-jogo e a demonstrar claramente que queria discutir a eliminatória na marcação de grandes penalidades. O que poderia ter sido evitado no final do prolongamento se o árbitro tivesse assinalado um penalti após falta nítida sobre Bruno Coutinho dentro da área do Peniche. Como não aconteceu, seguiu-se a “lotaria” das grandes penalidades, em que brilhou Valezim, guarda-redes do Souropires, já que defendeu três penaltis e contribuiu decisivamente para a eliminação do Peniche da Taça de Portugal. No final, o Souropires, estreante nestas andanças, venceu a partida por 6-5 num jogo de nervos, especialmente durante a marcação das grandes penalidades, mas foi sem dúvida a equipa mais forte ao longo de grande parte dos 120 minutos. Um resultado que garante mais um feito histórico, uma vez que a passagem à segunda eliminatória da Taça de Portugal já é o maior feito dos 22 anos de existência do clube.
Rui Geraldes/Rádio Elmo