«Esta é sempre a altura do ano em que mais trabalhamos e ao domingo temos sempre muita clientela», garante Paulo Pereira, gerente de um dos restaurantes de Vila Nova de Foz Côa que olham com agrado para mais uma Festa da Amendoeira em Flor e dos Patrimónios Mundiais, que continua, ano após ano, a atrair muitos visitantes ao concelho.
Durante a semana, o impacto do evento é «praticamente nulo, mas os fins-de-semana são sempre muito movimentados com bastante gente», diz o gerente d’“O Quintela”. Paulo Pereira adiantou que o negócio foi «bom» no primeiro fim-de-semana, esperando que os seguintes fossem «ainda melhores», até porque já havia muitas reservas. «Tenho impressão que não há restaurantes suficientes em Foz Côa para as pessoas que cá veem nesta altura», sendo que, na sua opinião, a crise não tem afetado o número de visitantes, mas o mesmo não se pode dizer da despesa que fazem: «Vem muita gente, mas nota-se que há menos dinheiro. Ainda no domingo passado tive uma mesa com oito pessoas em que só pediram três doses. Antes ia-se vendendo uma garrafa de vinho e agora as pessoas optam quase sempre por vinho da casa», constata.
O empresário reconhece que nesta altura o negócio é «sempre proveitoso» e este ano o cartaz «muito forte» dos espetáculos também o deixou «muito satisfeito». Também uma funcionária do “Dallas” revelou que o restaurante, que tem capacidade para cerca de 300 lugares sentados, já estava «completamente cheio» no último domingo com reservas de seis autocarros da zona do Minho e de Aveiro. «E é com o compromisso de sentar, comer e sair porque há outros grupos para entrar», refere Ana Santos, sustentando que a festa está a ser «positiva» para o negócio. «Toda a gente fala em crise, mas há muitas pessoas a vir na mesma, embora tendam a regatear mais o preço e a escolherem pratos mais baratos», adianta. O mesmo movimento têm tido os cafés da cidade. Localizado na Praça do Município, onde está montado o palco para os espetáculos, o “Havaneza” teve grande clientela logo no primeiro dia, quando atuou o popular Quim Barreiros.
Jorge Ceifão, funcionário do café, garante que «não se tem notado muito a crise nesta Festa da Amendoeira» e o negócio tem sido «bom» em dia de espetáculo, sendo que o último fim-de-semana é o que «costuma ter mais movimento, com o desfile dos carros alegóricos no domingo». Menos otimista estava Manuel Esteves, marido da proprietária d’ “O Manel”, localizado mesmo ao lado, garantindo que o negócio «está muito mau este ano», embora melhore «um bocadinho» em dias de espetáculo. «Não se parece nada com antigamente», lamenta. A funcionar naquele local há 40 anos, o comerciante viu o evoluir da festa e diz que, «em relação ao ano passado, noto menos movimento e talvez por causa da crise as pessoas consomem menos».