Cerca de 20 mil pessoas visitaram a 16ª Feira das Tradições e Atividades Económicas, que decorreu em Pinhel entre sexta e domingo. O certame contou com 200 expositores, que deram a conhecer a região.
«É um exemplo daquilo que pode acontecer relativamente a esta matéria», refere o presidente da Câmara de Pinhel.
António Ruas espera que ter mais expositores no próximo ano e «cada vez mais, é esse o nosso principal objetivo», explica. Sob o tema “A vinha e o vinho” – sugerido pela comunidade escolar local – a 16ª Feira das Tradições deu destaque a uma das principais atividades do concelho. Para o autarca, «Pinhel não deve investir mais na produção de vinhos, deve é aposta na qualidade dos seus vinhos e estamos no bom caminho, porque esse trabalho está a ser feito», reconhece. De resto, acredita que «por isso mesmo é que neste momento a Adega de Pinhel é a mais sustentável em termos económicos do país. Queremos continuar a apostar nisso e continuaremos a apostar na dinâmica do vinho», defende.
A feira desenvolveu-se por três pavilhões, onde os produtos tradicionais do concelho estiveram em destaque, numa organização da empresa municipal Falcão EM. O evento foi além da região, contando dezenas de expositores de todo o país e da zona fronteiriça de Salamanca. Divididos pelos três pavilhões, 110 participantes representaram nos seus “stands” a atividade económica da região em sectores como a alimentação, a indústria, o comércio e serviços. Outros 70 expositores marcaram presença em nome de freguesias e instituições do concelho, com espaços alusivos à temática desta edição. Além disso, houve ainda lugar para 15 “tasquinhas”, onde se pretendeu dar a conhecer um pouco da gastronomia local. Além da mostra promovida pelos agentes locais, os participantes puderam ainda assistir a diversas atuações de grupos de concertinas e de música tradicional, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, ou nomes como Fernando Alvim ou Mafalda Veiga. O evento terminou no domingo com um Baile de Carnaval e concurso de máscaras.
O que dizem os expositores sobre a 16ª Feira das Tradições e Atividades Económicas de Pinhel
José Osório, expositor de vinhos, Souropires
«O negócio está muito melhor que no ano passado. O produto em si está a ser de ano para ano mais bem comercializado. Participamos desde 2007 e este ano está a ser o melhor em termos de vendas. Tenho vendido mais a pessoas de fora do concelho. Penso que há menos gente na Feira devido a haver muitas outras feiras ao mesmo tempo em vários pontos do distrito. Em termos de organização não há nada a apontar. É tudo feito com muito profissionalismo».
Jorge Rocha, expositor de doces conventuais, Viseu
«É a terceira vez que venho a esta feira. O negócio está fraco, penso que devido à crise. A organização está excelente, não podemos ter melhor, mas há pouca gente a comprar. O país está a passar por uma fase má e as pessoas é que estão a pagar a fatura. Fazer uma feira desta dimensão no interior não é fácil».
Carlos Videira, presidente da Junta de Freguesia de Pinhel, que teve um stand na Feira
«Esta é uma feira importante para divulgar o que de melhor há no concelho. A freguesia ganha muito com este evento que traz muita gente de fora. No nosso stand temos desde produtos regionais como o nosso mel, azeite, vinho e doces a peças de artesanato representativas da freguesia em madeira e em pedra. Estamos a participar pela quinta vez. Noto que há interesse das pessoas em ver, recordar, conhecer e comprar. Acho que o modelo da feira devia ser repensado, no sentido de se tornar maior com mais expositores da região porque há muitas feiras aqui na região em simultâneo».
Paulo Dias, expositor de fumeiro, Pínzio
«É o segundo ano que participo. O negócio está fraco. Vamos vendendo mas em menor quantidade que no ano passado, em que vendia dois ou três quilos de um produto e agora apenas levam uma peça de cada. As pessoas não ganham sequer para pagar as prestações da casa quanto mais para comprar. A massa humana que visita é bastante vasta, mas as pessoas compram pouco. Esta pavilhão tem condições acima da média com boas instalações, iluminação adequada e uma temperatura agradável».
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Rafael Mangana