O grupo FDO confirmou que vai pedir a insolvência das suas três principais empresas de forma a viabilizar a sua «rápida recuperação financeira». A decisão foi divulgada em comunicado na sexta-feira, onde se justifica ainda que esse passo «só pode ter lugar no quadro legal de um plano de proteção judicial de credores, dado que devem agregar ao esforço do grupo os seus maiores credores, especialmente a banca».
O pedido abrange a FDO – Construções, que emprega 400 trabalhadores, a Euroluguer, Transporte e Aluguer de Equipamentos e a FDO – Serviços Partilhados. Atualmente, os funcionários reclamam metade do salário de novembro, mais os ordenados de dezembro e janeiro, assim como o subsídio de natal. No comunicado, o grupo empresarial de Braga refere que o sector da construção civil e obras públicas nacional «enfrenta hoje graves dificuldades, provocadas pela crise económica e financeira que se vive em Portugal e no mundo, pela retração do investimento público e privado e pelos constrangimentos de tesouraria resultantes dos crónicos atrasos de pagamento do Estado e dos investidores privados». A FDO acrescenta que foi «forçada a abrandar» a sua atividade porque a crise teve «um severo impacto na banca nacional e internacional e trouxe consequências graves para as empresas, que viram vedado o acesso ao crédito e agravadas as condições dos contratos bancários essenciais ao seu normal funcionamento».
Além disso, a construtora diz ter sido confrontada «com dificuldades de recebimentos, com a insolvência de alguns dos seus clientes e com a morosidade da Justiça na cobrança de elevados montantes de que as empresas do grupo são credoras». Entretanto, a FDO adianta que tem em curso um plano para «minimizar os prejuízos para os seus trabalhadores, fornecedores e clientes» e continuar com o seu processo de reorganização e de reestruturação, tendo em vista «adaptar-se aos diversos constrangimentos do mercado do sector e garantir o seu futuro». Uma tarefa para a qual espera contar «com o apoio do Governo, através do Ministério da Economia, uma vez que, face ao estado de exceção que atravessa o sector da construção nacional, será determinante o papel ativo do Estado na manutenção do tecido económico nacional e do emprego de milhares de portugueses», sublinha a administração, presidida por Manuel Ferreira Dias. De resto, o grupo confia que vai ultrapassar «esta fase difícil».