Apesar de partilhar com Carlos Pinto a «mesma visão de futuro» para o concelho, Pedro Farromba afirmou no passado sábado, durante a apresentação da sua candidatura independente à Câmara da Covilhã, que está «disponível para receber o apoio de todas as forças e partidos» que o desejem fazer. Ausência notada na bem preenchida sede do Grupo de Educação e Recreio Campo Melo foi a do atual presidente do município, de quem o agora candidato é vice-presidente.
Pedro Farromba garante que a sua candidatura está «aberta a todos, de diferentes pensamentos e origens partidárias», apresentando-se como um candidato «decidido a percorrer» o seu «caminho de forma autónoma e com pensamento próprio». Contudo, não esconde que partilha com Carlos Pinto a «mesma visão» para o futuro, de atração «de investimentos de dimensão, criação de empresas de referência e a realização dos sonhos das gerações sucessivas». O candidato diz-se consciente que tem «muito trabalho pela frente» e que há «muitos covilhanenses» a quem terá de explicar quem é e o que quer fazer. Sublinhou também que é tempo de «dar trabalho às pessoas, de abrir as portas da oportunidade aos jovens», dizendo que «não temos tempo para partidarites e politiquices que mais prezam os interesses partidários e menos valorizam as vontades das populações», nem para «ingratos, infiéis ou para pessoas de duas caras».
O candidato de 39 anos sustentou que a Covilhã «precisa de uma liderança de quem esteja dentro dos dossiês e de quem conheça o concelho», de «quem fale a linguagem dos empresários do mundo que criam emprego e de quem tenha a consciência da solidariedade para resolver os problemas sociais», bem como e, «sobretudo, de quem acredite que pode dar continuidade a tudo aquilo que tem vindo a ser feito». O vice-presidente da autarquia prometeu que, caso seja eleito, «não haverá na cidade uma única criança que não estude porque os pais não têm possibilidades», nem «um único idoso que não tome os medicamentos de que precisa porque não tem dinheiro para os adquirir». Pedro Farromba adiantou que uma das medidas que pretende tomar é a criação do título de «embaixador da Covilhã», recordando que há muitos covilhanenses em «cargos importantes» fora da cidade e a quem será atribuída a «distinção», mas também «a responsabilidade de representarem a Covilhã».
Estas personalidades deverão «ser angariadoras de empresas» para se instalarem no concelho, «fornecedoras de contactos empresariais» e «vendedoras da arte e da cultura» local. O vice-presidente, que não quis apontar outros nomes da sua lista, sustentou que «também com a Universidade da Beira Interior, a cidade deve ser cada vez mais próxima» e que o «emprego será, sem dúvida, a principal área de intervenção municipal nos próximos anos», até porque «só com emprego se fixam pessoas e só com pessoas fazemos evoluir a cidade e o concelho». Na sua opinião, a «Covilhã tem condições para criar nos próximos anos centenas de empregos», tendo ainda proposto a criação de uma incubadora de «ideias criativas e das tradições ancestrais» da Covilhã. Pedro Farromba indicou que o movimento que lidera vai concorrer à Assembleia Municipal e em todas as freguesias. A propósito, o candidato assegurou que, «independentemente das decisões do Governo», o concelho «continuará a ter» todas as atuais freguesias (com exceção das urbanas), tendo apelado ao Presidente da República «para que ouça o povo e não promulgue a lei» da reforma administrativa.
PS diz que Carlos Pinto «deixa cair» Pedro Farromba
A concelhia da Covilhã do PS viu «com surpresa» a ausência de Carlos Pinto na apresentação da candidatura de Pedro Farromba, «da qual fora, até sábado, público mentor e apoiante». Num comunicado assinado por José Armando Serra dos Reis, os socialistas questionam se o presidente do município «continua um apoiante firme, até às suas últimas consequências, do candidato» e se Pedro Farromba «terá esse apoio em alternativa ao candidato apoiado pelo PSD». O PS fala numa «guerra intestina do PSD», apelando a «uma atitude pedagógica e responsável que esclareça os eleitores, no sentido de saberem quem serão as forças políticas e candidatos representados nas próximas eleições autárquicas». Por último, a concelhia do PS «estranha» que Pedro Farromba «tenha despertado para as questões sociais que grassam no concelho», questionando se «só agora é que descobriu que existem graves problemas sociais no concelho». Questionado sobre a ausência de Carlos Pinto na apresentação da sua candidatura, Pedro Farromba garantiu que continua a manter uma «relação de grande cumplicidade» com o atual presidente da Câmara da Covilhã.
Ricardo Cordeiro