P – Quais os objectivos a desenvolver neste mandato?
R – Apostamos, de uma forma genérica, na reaproximação do CCBI à cidade e aos seus espectadores e na renovação do papel determinante que deve assumir numa cidade como a Covilhã – por um lado, por se tratar de uma cidade com uma rica tradição cineclubística; por outro, por ser uma cidade universitária e com uma característica adicional: a existência de uma licenciatura em cinema. Em termos gerais, essa recuperação passa pela diversificação dos modos e meios de divulgação da cultura cinematográfica (da formação à exibição e à produção).
P-Uma das suas prioridades é a realização de uma Feira de Cinema. Pode adiantar o que se pretende?
R- Trata-se de um projecto que, por um lado, se inclui na estratégia de diversificação das formas de dar a ver e conhecer o cinema; por outro, de uma espécie de regresso às origens do cinema e dos seus modos de apresentação, uma vez que começou por ser um espectáculo de feira. O objectivo é, através da organização de um evento relativamente singular, conciliar o lado lúdico do cinema com o seu lado mais pedagógico – uma complementaridade que esta direcção pretende assumir e alargar às diversas actividades que se propõe promover. Por enquanto, é um projecto em estudo e que será dado a conhecer em devido tempo.
P- A direcção que lidera é composta maioritariamente por alunos de cinema. Que expectativas tem para o futuro do CCBI?
R- Bastante positivas. Os alunos de cinema são certamente um factor determinante para o futuro do CCBI – e, naturalmente, da própria UBI. O CCBI, como outras instituições, devem preocupar-se em criar condições para que as suas potencialidades criativas sejam devidamente incentivadas, representando um ganho para a comunidade e um factor de valorização pessoal.
P – A presença desses alunos é um sinal de que os jovens se interessam pela Sétima Arte?
R- Como disse antes, o cinema atravessa novos desafios, tanto tecnológicos como artísticos. O cinema faz parte de uma paisagem mediática diversificada e em mutação. Os videojogos, a televisão, a música, as artes plásticas ou a banda desenhada habitam lado a lado com o cinema na vida cultural ou de lazer dos jovens. A grande procura da licenciatura da UBI é a prova de que se trata de uma actividade ou meio de expressão com grande interesse junto desses públicos.
P-Acha que é possível voltar a incutir o espírito cineclubista na Covilhã? Que medidas pensa desenvolver?
R- Há um trabalho muito vasto a efectuar. Talvez um dia destes seja mesmo necessário repensar o modelo organizativo e funcional de associações como os cineclubes, mas essa é outra discussão. No que respeita ao CCBI e à Covilhã, há dois aspectos estruturais que devem ser necessariamente repensados e sem os quais qualquer projecto, por mais reflectido e bem intencionado que seja, corre riscos de insucesso: a existência de uma sede apropriada para o CCBI e de um local de exibição adequado às exigências actuais.