A Associação Desportiva da Estação (ADE), vencedora do campeonato distrital da Iª Divisão de Castelo Branco, não vai participar no Nacional da IIIª Divisão em virtude da direcção da colectividade covilhanense ter optado por suspender o futebol sénior. Esta decisão, que deixou dirigentes e atletas «tristes», foi provocada pela falta de apoios financeiros, o que levou os órgãos sociais da ADE a optarem pela conclusão das obras do Complexo Desportivo.
«Não foi possível a continuação e optámos por suspender o futebol sénior para não hipotecarmos o futuro do clube», sublinha Vítor Rebordão, presidente da ADE. Sobre os motivos para uma tomada de posição tão drástica, o responsável máximo pela colectividade da Estação explica que estavam a contar com apoios «suficientes» para prosseguir com a equipa no campeonato. «Contudo, esses apoios não foram possíveis e entendemos por bem estabilizar o clube e acabar as obras do Complexo Desportivo para depois reanalisarmos a situação para reentrarmos daqui a uns anos», indica, acrescentando que os encargos financeiros do clube são muitos e que a opção foi «unânime». A falta de apoios fez-se sentir da parte da autarquia, de quem a ADE estava a contar com «um reforço», mas também de «algumas empresas privadas», conta Vítor Rebordão. «Quando damos um passo à frente é com o pé bem assente no chão e como vimos que íamos pisar areias movediças, então resolvemos dar um passo atrás para que daqui a um ano ou dois possamos dar dois ou três à frente», espera o dirigente. É que se tudo correr conforme o previsto, as obras poderão ficar concluídas daqui por um ano: «Há a promessa do presidente da Câmara de que em 2005 tudo estará pronto por esta altura», refere.
Quando decidir reactivar o futebol sénior, a ADE vai ter que começar novamente na IIª Divisão Distrital e tentar repetir o percurso brilhante que iniciou há cinco temporadas atrás. «Foi uma decisão que custou a toda a gente, dirigentes e atletas. É um projecto que já tinha cinco anos e que estava no bom caminho, mas que teve que ser interrompido», recorda o presidente. Contudo, «temos que “bater a bola para a frente”», diz, assegurando que a grande aposta aquando do regresso do futebol sénior vai passar novamente pelos jovens atletas formados no clube, um objectivo facilitado pela experiência que a equipa de juniores vai adquirir no Nacional. De resto, o objectivo da ADE vai ser «tentar dar o melhor nessa equipa para começar já a preparar o futuro dos seniores», sublinha. Até porque alguns dos jogadores que se sagraram campeões distritais ainda têm idade de juniores, pelo que deverão continuar na Estação, enquanto que os restantes têm lugar «em qualquer clube da região» e têm vindo a ser «assediados e já estão quase todos colocados» desde que foi feito o anúncio da interrupção, garante Vítor Rebordão. Entretanto, foi apresentado o II Torneio de Futebol de Sete “Diamantino Costa”, falecido presidente da Assembleia Geral da ADE, que vai decorrer a 19 e 20 de Junho no Complexo Desportivo da ADE nas categorias de infantis e escolas, em que as equipas do Sporting e Boavista serão as cabeças de cartaz.
Ricardo Cordeiro
