«O aumento do IVA vem acabar com o comércio da região», constata Jorge Godinho, presidente da Associação Comercial da Guarda (ACG), para quem esta medida governamental «é uma verdadeira cobardia». Segundo o dirigente, o défice orçamental é o resultado dos investimentos que só se fizeram no litoral, pelo que a região do interior vai pagar «uma factura a dobrar» já que Espanha está a um passo da Guarda e com preços mais competitivos. «Nos últimos dias já houve uma “corrida” indiscriminada para Espanha», refere Jorge Godinho, adiantando que «o pretexto de passear» serve também para os portugueses «encherem os carrinhos de compras». O problema é que as pessoas não se apercebem que «nem tudo vale a pena», esclarece o dirigente, pois nem todos os produtos subiram de preço no nosso país. «Já não bastavam as grandes superfícies e os chineses, agora também o aumento do IVA. Esta é a machadada final no comércio», lamenta o presidente da ACG. Por tudo isto, considera que esta é a altura ideal para os guardenses serem «um pouco mais bairristas», apela, pedindo-lhes que façam as compras no país e de preferência no distrito. Caso contrário, a riqueza que produzimos vai toda para fora e «o comércio da região morre, logo todos saímos prejudicados», avisa o dirigente. A Associação Comercial da Guarda já está a estudar os prejuízos que esta medida traz para os seus associados através do Gabinete do Observatório do Comércio. «Daqui a alguns meses já podemos avançar com dados mais concretos», assegura.
