Uma das vítimas da explosão de gás ocorrida sexta-feira numa habitação em Figueira de Castelo Rodrigo não resistiu aos ferimentos e faleceu nos Hospitais da Universidade de Coimbra no sábado. Os restantes dois feridos graves continuam internados nas Unidades de Queimados do Hospital de S. José, em Lisboa, e nos HUC.
Eram cerca das 9h20 quando a Urbanização da Fonte Santa foi sacudida por duas fortes explosões, seguidas de incêndio, que destruíram por completo uma moradia. Segundo as autoridades, na origem do sinistro terá estado uma fuga de gás no interior da casa, facto comprovado no local pelos peritos da Polícia Judiciária e por uma equipa técnica da companhia que abastece toda a urbanização através de um depósito. Da explosão resultaram três feridos graves, dois homens e uma mulher. Os únicos ocupantes da casa naquele momento sofreram várias queimaduras, mas, segundo testemunhas no local, ainda conseguiram sair do edifício através de uma janela do primeiro andar com a ajuda de Luís Simões, de 49 anos, que veio a falecer em Coimbra. Sandra Besteiro, de 33 anos, irmã da proprietária da casa, e o namorado, Pedro Marques, de 37, foram as restantes vítimas. Ao que tudo indica, os três pernoitaram em Figueira de Castelo Rodrigo depois de terem assistido a uma festa popular em Algodres, naquele concelho, na noite anterior.
Dada a gravidade dos ferimentos, duas das vítimas foram transportadas de helicóptero para Coimbra e S. José, enquanto o terceiro viajou de ambulância para os HUC. Anteontem, a mulher continuava internada no Hospital de S. José, mas fonte do gabinete de comunicação contactada por O INTERIOR escusou-se a adiantar informações sobre o seu estado de saúde, alegando não ser prática do hospital. Já o seu companheiro permanecia nos HUC em estado grave. O falecido era treinador adjunto do Nogueirense, equipa de Nogueira do Cravo (Oliveira do Hospital) que milita no Nacional da IIIª Divisão. Já Pedro Marques é empresário da construção civil naquele concelho e presidente da direção do Nogueirense há um ano. A explosão provocou algum receio entre os moradores da Urbanização da Fonte Santa, que temiam pela sua segurança dado todas as casas serem abastecidas pelo mesmo sistema.
Os ânimos só serenaram após uma vistoria ao bairro pelos técnicos da empresa responsável, que «não registaram nenhuma anomalia nas outras ligações», disse o vice-presidente da autarquia. Carlos Condesso, que esteve no local, adiantou que a urbanização tem cerca de uma dezena de anos e foi construída pela Somague. «Foi um caso isolado e o gás foi reposto nesse mesmo dia», declarou.
Luis Martins 
