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“Eu não discuto buxo”

Opinião / Foto Denúncia – Guarda

Lembro-me de ouvir, no verão passado, a expressão “eu não discuto buxo” da boca do presidente da Câmara da Guarda e o resultado foi a retirada deste nobre arbusto que servia de vedação ao Jardim José de Lemos.

Houve vozes que se levantaram, umas por razões afetivas, outras por razões estéticas, houve até quem falasse no problema da segurança. “Eu não discuto buxo” e resolveu-se assim a questão… Ou será que não? Parece que “tamanha afronta” por parte de alguns cidadãos fez despoletar uma reação anafilática do edil ao buxo de tal ordem que os guardenses testemunharam um espetáculo digno do mais refinado “non-sense” parolo. Na Avenida Afonso Costa (do liceu), no dia seguinte à execução da poda (camarária) do buxo que fazia de separador das vias de trânsito, uma empresa de Fafe arrancava os arbustos e recolhia-os para uma carrinha (da empresa). Depois desta empreitada foram plantados, pela mesma empresa privada, uns novos não-sei-o-quê e sistema de rega. Levantam-se aqui várias questões: 1 – Porquê mandar podar o buxo se ele iria ser retirado nos dias seguintes?; 2 – Porque se teve que contratar uma empresa de jardinagem privada, e porquê de Fafe e não da Guarda ou região?; 3 – Será que a empresa de Fafe ficou com o buxo retirado e podado para depois o vender?; 4 – Porquê retirar todo o buxo em vez de plantar só nas falhas?

Poderia continuar mas penso que a única resposta que eventualmente iria ter seria: “Eu não discuto buxo”.

Alexandre Costa, Guarda

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