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Estradas cortadas e desabamentos na Covilhã

Ligações Teixoso-Verdelhos e entre as duas margens da ribeira em S. Jorge da Beira são as situações mais complicadas

Inundações, cortes de estradas, pontes destruídas, casas em risco de derrocada, aluimentos de terra e de pedras foram algumas das situações registadas na semana passada na Covilhã, em consequência da precipitação abundante e ventos fortes. Estima-se que os prejuízos deixados pelo mau tempo possam rondar os 1,5 milhões de euros, avaliou Víctor Marques, vereador com o pelouro das Obras na Câmara da Covilhã.

Prejuízos para os quais será necessária a ajuda do Governo, continuando a autarquia a proceder ao levantamento de todos os estragos causados pelo temporal. Entretanto, já se iniciou a limpeza das ribeiras e estradas afectadas, bem como a reparação de alguns danos. Ao todo, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Castelo Branco registou, entre terça e quarta-feira, 11 inundações, duas ocorrências de movimentos de terra e de pedras e outras tantas de lavagem de pavimento. Cortes do Meio, Unhais da Serra, Verdelhos, S. Jorge da Beira, Ourondo e Paúl foram as freguesias mais afectadas, sobretudo pelo aumento dos caudais das ribeiras. A situação mais «complicada» neste momento verifica-se na Estrada Municipal (EM) 501, entre o Teixoso e Verdelhos. Desde quarta-feira da semana passada que está cortada ao trânsito devido à queda de pedras e terra, havendo mesmo uma vala com seis metros de profundidade em plena via. «Está-se a tentar a abertura de uma alternativa nas imediações», adiantou Victor Marques, esperando ter disponível essa faixa de rodagem «na próxima semana».

Já na noite de quinta-feira, a autarquia evacuou cinco pessoas (três das quais idosas) de uma casa em risco de ruir na zona do Sineiro. Elas ainda não tinham regressado à sua habitação na última terça-feira. Outra situação complicada é a Ponte sobre a Ribeira do Tornadouro, em S. Jorge da Beira, que permanece intransitável e com buracos. «A ponte está bastante danificada e estamos a pensar numa solução metálica para estabelecer a ligação entre as duas margens da ribeira», refere o vereador, acrescentando que este problema demorará «cerca de duas semanas» a ser resolvido. Entretanto, a Junta de Freguesia de S. Jorge da Beira já meteu mãos à obra e está a preparar a construção de um pontão em madeira para permitir a passagem das pessoas entre as duas margens, adiantou o autarca local. «Parece que a população ficou dividida em duas zonas distintas», desabafou Fausto Baptista. As inundações, que arrastaram pedras e terras da serra, originaram ainda o corte da estrada entre a aldeia e Pampilhosa da Serra – que deverá abrir esta semana – e à destruição de vários campos agrícolas.

«Ficaram completamente soterrados pelo entulho», descreveu Fausto Baptista, explicando que a limpeza dos mesmos apenas poderá ser feita assim que a ponte metálica for colocada. As inundações colocaram igualmente em risco quatro habitações (apesar de não ter sido necessário proceder a evacuação) e muros privados. «A situação só não foi mais grave porque fizemos, este Verão, 50 metros de calçada na ribeira», aponta. Os custos ainda não estão apurados, embora o autarca adiante um montante superior a 300 mil euros. Os desabamentos também obrigaram ao corte da Estrada Nacional 338 entre Piornos e Manteigas e da EM 548 entre Lisga e Sarzedas.

Zonas de Lazer e ETAR inundadas no Fundão

O Fundão também não escapou ao mau tempo. As águas inundaram a zona de lazer de Janeiro de Cima e a Estação de Tratamento de Águas Residuais de Silvares, enquanto que o vento demoliu o muro do cemitério do Castelejo. Houve ainda quedas de árvores e os bombeiros tiveram que proceder ao salvamento de 227 ovelhas na Ponte da Meimoa, que ficaram cercadas pela água. Em Belmonte registaram-se duas inundações e duas árvores caídas. Em Penamacor, o CDOS de Castelo Branco apenas foi chamado a intervir para resolver a queda de uma árvore.

Liliana Correia

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