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«Estes 100 mortos não mais sairão do meu pensamento», afirma Marcelo

O Presidente da República fez esta noite uma declaração em Oliveira do Hospital sobre os incêndios para dizer que os 100 mortos lhe pesam na «consciência». Marcelo Rebelo de Sousa pediu uma remodelação, de forma muito clara, e passou para o Parlamento a responsabilidade de decidir se quer que este Governo continue: «Abrir um novo ciclo obrigará o Governo a ponderar o quê, quem, quando e como melhor serve serve este ciclo», afirmou.

E a seguir pediu à Assembleia da República para clarificar se o Governo deve ou não continuar em funções, na sequência da moção de censura: «Se há, na Assembleia da República, quem questione a atual capacidade do Governo para realizar estas mudanças inadiáveis e indispensáveis então que, nos termos da Constituição, esperemos que a Assembleia diga soberanamente se quer ou não manter este Governo», disse Marcelo Rebelo de Sousa num discurso duro para o Governo, sobretudo em contraponto ao que António Costa disse.

«Por muito que a frieza destes tempos cheia de números e chavões políticos convidem a banalizar, estes 100 mortos não mais sairão do meu pensamento, com o peso enorme na minha consciência como no meu mandato presidencial», declarou o Presidente, para quem António Costa foi insensível e passou ao lado do que era fundamental: «Olhar para os dramas de pessoas com carne e osso, com a distância das teorias, dos sistemas ou das estruturas, por muito necessário que possa ser, é passar ao lado do fundamental na vida e na política».

E acrescentou uma frase dirigida claramente ao primeiro-ministro: «Mais de 100 mortos em menos de 4 meses são uma interpelação política», sublinhou.

Comentários dos nossos leitores
l.botas l.botas@hotmail.com
Comentário:
Vir atirar as culpas para o atual governo é cobardia e falta de vergonha na cara. Há anos que a floresta arde e ninguém tomou medidas para evitar tal situação. Fazem-se leis e ninguém as cumpre ou faz cumprir. Os fogos apagam-se no inverno e na primavera, limpando o mato,não se apagam com aviões e bombeiros. Existem múltiplos interesses económicos e desleixo nesta situação.
 

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