O Natal é tempo de festa e alegria. É tempo de adorar o “menino” e de reunir a família. É tempo de partilhar e ser solidário. É o tempo da tradição.
E é o tempo das crianças e das prendinhas; das compras, das comidas, de receber o subsídio de Natal e de o gastar comprando tudo o que se puder comprar…
Nestes anos de crise, mesmo o Natal tem sofrido com os depauperados cofres das famílias. Mas este ano, o Natal parece já ser um pouco mais animado que os anteriores: o otimismo anda no ar (e este ano há subsídio de férias dos funcionários públicos para gastar) e as ligeiríssimas melhoras da economia nacional parecem empurrar os portugueses para os supermercados, para os centros comerciais e lojas, para o consumismo exagerado.
Ainda bem que há Natal para animar as crianças e adultos e para animar e dar novo alento ao comércio. Mas não convém embandeirar em arco: a crise continua e 2014 será um ano de grandes dificuldades. Este Natal vai ser melhor que os anteriores, sim, mas convém ser comedido para evitar problemas maiores.
Os hábitos de consumo dos portugueses mudaram muito. Nos últimos anos todos passámos a comprar em grandes superfícies onde se vendem produtos originários de todo o mundo, fabricados longe, por trabalhadores distantes e deixando o lucro nas mãos de grandes empresas, muitas vezes estrangeiras.
Neste Natal regresse ao comércio tradicional. Comprar na loja de sempre é investir na região, é deixar o seu dinheiro no comerciante da sua vila ou cidade, é gerar riqueza no país, é contribuir para a criação de emprego na sua terra, é permitir a sobrevivência de comércios e famílias da região. E ainda é poupar muito dinheiro – entre o combustível e o desgaste da viatura para se deslocar aos grandes centros, os custos de portagens, o tempo desperdiçado e o comprar sem necessidade.
Compre por cá. Vai ver que vale a pena.
Luís Baptista-Martins
