P – Que importância atribui à realização da primeira entronização da Confraria da Pastinaca (Cherovia) e do Pastel de Molho da Covilhã?
R – A máxima importância, já que considero tratar-se de um momento histórico para a cidade e para o concelho. É uma realidade que, provavelmente, há umas dezenas de anos atrás seria difícil de imaginar.
P – Os confrades de honra poderão ajudar a garantir maior visibilidade à Confraria?
R – Um dos objetivos do título de confrade de honra é esse mesmo, projetar, não só no concelho, mas também a nível nacional e internacional, os produtos que a Confraria defende. Neste caso, a cherovia e o pastel de molho da Covilhã.
P – Quais são as causas da Confraria?
R- Os objetivos principais da Confraria da Pastinaca e do Pastel de Molho da Covilhã são promover, dinamizar e fomentar todos os aspetos relacionados com dois produtos típicos, genuínos e originais da cidade e do concelho. Da Covilhã, no caso do pastel de molho, e da cherovia, no concelho, uma vez que é cultivada em todo o lado. No caso do pastel de molho, vamos procurar as raízes, a tradição e ser fiel à receita mais original. Quanto à cherovia, pretendemos ser inovadores, criativos e usar e abusar das potencialidades desta fantástica raiz.
P – Dar a conhecer as potencialidades da cherovia e do pastel de molho a outras regiões do país é outro dos objetivos?
R – Esse é, com certeza, um segundo objetivo que já temos vindo a concretizar. Partilhar algo tão rico e tão saboroso como a cherovia e o pastel de molho é o que está nos nossos horizontes e já estamos a trabalhar com esse objetivo. Ou seja, queremos promover e divulgar produtos endógenos que podem ser uma mais-valia para a economia da região, para a agricultura, no caso da cherovia, e para a padaria e pastelaria, no caso do pastel de molho.
P – Atrair pessoas de outras regiões do país para provar estes produtos é também uma ambição?
R – Esse poderá ser outro dos objetivos. Vamos lançar uma campanha na época alta do turismo na Covilhã, em que vamos promover os dois produtos da Confraria e vamos ter um projeto alargado com unidades hoteleiras e restaurantes da cidade. Vamos incentivar que seja obrigatório que quem nos visita na época alta, na altura da neve, saboreie estes magníficos produtos que a Confraria promove.
P – O facto de ser a primeira confraria gastronómica da cidade é um motivo de orgulho?
R – Acaba por ser um motivo de orgulho e com o qual eu e toda a minha equipa nos regozijamos no sentido em que a Covilhã é uma cidade extraordinária, com uma forte tradição nestes dois produtos. Isto só vem sublinhar o espírito associativo, mobilizador, de partilha e empreendedor que os covilhanenses têm e o carinho que nutrem pelas suas tradições. Esse facto reflete-se na grande adesão de confrades e confreiras, visto que já temos 110 inscritos e foram entronizados 65.
P – É um número satisfatório?
R- Não se trata de um número. Nós não trabalhamos para o número. Trata-se do gosto, da motivação e da mobilização da sociedade covilhanense para uma causa que é a nossa tradição, que vem dos nossos antepassados e que queremos que perdure na memória das pessoas e que, ao mesmo tempo, possamos incutir esta tradição e este gosto nos mais novos.