A mediana do tempo de espera para cirurgia era de 3,97 meses na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda no primeiro semestre deste ano, segundo o “Relatório síntese da atividade cirúrgica programada” divulgado na semana passada pelo Ministério da Saúde.
O indicador da unidade guardense é o pior dos três hospitais da região, onde nos primeiros seis meses de 2015 os utentes demoravam, em média, 2,55 meses a serem operados no Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) e 3,23 meses na ULS de Castelo Branco. Neste período estavam inscritas 3.140 pessoas para cirurgias na ULS da Guarda e foram operadas 2.560, encontrando-se em lista de espera 2.298 doentes. No CHCB registaram-se 2.552 entradas para a lista, tendo sido operados 2.263 utentes. Havia ainda 1.168 pessoas em lista de espera para cirurgia. Na ULS de Castelo Branco 2.184 doentes entraram para a lista nos primeiros seis meses do ano e foram operadas 2.062, verificando-se uma lista de espera com 1.121 utentes. Já a percentagem de inscritos em lista de espera para cirurgia que ultrapassaram os tempos máximos de resposta era de 9,63 por cento na Guarda, de 7,57 na Covilhã e de 19,13 em Castelo Branco.
Em termos globais, a mediana do tempo de espera para cirurgia fixou-se nos 3,07 meses, ligeiramente acima dos 3,00 meses registados no mesmo período de 2014. As unidades onde se espera menos para cirurgia são os Institutos Portugueses de Oncologia de Lisboa (1,22 meses), Coimbra (1,60) e Porto (1,63). A seguir surgem os hospitais Beatriz Ângelo, em Loures (1,63 meses), de Cantanhede (1,67 meses) e de Vila Franca de Xira (1,83 meses), os Centros Hospitalares do Tâmega e Sousa (1,90) e de São João, no Porto, (2,23 meses). Pelo contrário, neste período era no Hospital Distrital de Santarém que os doentes esperavam há mais tempo, 4,80 meses, enquanto no Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo a demora era de 4,27 meses e de quatro meses no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
O relatório conclui ainda que neste semestre, comparativamente ao período homólogo de 2014, houve menos entradas em lista de inscritos para cirurgia, mas registou-se um maior número de utentes inscritos, o que significa o decréscimo do número de doentes operados para um total de 284.820 pessoas. No entanto, a percentagem de utentes operados fora do tempo máximo permitido é cada vez mais baixa. «Apenas um em cada 10 utentes espera mais de 8,8 meses pela cirurgia, menos que o tempo máximo de resposta garantido», lê-se no relatório. Ou seja, a percentagem de inscritos em lista de espera para cirurgia que ultrapassaram os tempos máximos de resposta era de 11 por cento, abaixo dos 11,7 por cento registados no primeiro semestre de 2014.
Segundo o documento, esta situação resultou de «um esforço das instituições em chamar os utentes há mais tempo em lista de espera, o que se traduziu numa melhoria significativa do número de inscrições dentro dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG)». Em todas as regiões a mediana de espera na lista de inscritos para cirurgia variava entre 17 e 25 dias, metade do tempo máximo em oncologia, que é de 2 meses, «demonstrando o progresso obtido na equidade do acesso nas situações mais graves».
Luis Martins