Público de sábado 7 de Fevereiro. “Médicos de Clínica Geral certificam ilegalmente atletas amadores”. O conceito do especialista é uma fraude que deve ser claramente desmistificado. É uma fraude porque não garante resultados. É uma fraude porque ninguém faz verificações da certificação. Isto quer dizer que especialista é quem faz bem, está actualizado, pratica muito e tem bons resultados. Ganha um certificado que diz que em determinado dia sabia o suficiente entre os pares, mas depois está por sua conta e risco. A medicina familiar é uma especialidade certificada com inúmeras reavaliações e actualizações. A medicina familiar tem de ser o suporte da medicina portuguesa e tem de ser abrangente e suficiente em inúmeras matérias. Não podemos criar médicos do desporto, do desporto de alta competição, especialistas da concentração no xadrez, do pelo e da sobrancelha. Não podemos ter uma frente de batalha inesgotável em cada assunto, porque a saúde custa dinheiro (recursos, como se diz hoje) e torna-se incomportável ter tudo em cada esquina. O desporto cheio de médicos especialistas e de meios técnicos acabaria com o desporto escolar e com a maioria dos clubes distritais. Por tudo isto há hoje cursos para aumentar o número daqueles que podem intervir. Ter melhores técnicos especializados, ter paramédicos eficazes abre o leque e a resposta a estas situações. Também a medicina familiar tem de estar ligada à escola. Os cursos superiores de educação física têm de dar noções de intervenção em situações extremas. Todos têm de saber mais, mas não pode haver exclusão, tem de haver é inclusão de actores. Claro que o “público” começou a especialização em mal dizer e pouco pensar e portanto esta toxicidade de artigos e de divulgações sem seriedade são sempre alarmistas e maus conselheiros.
Por: Diogo Cabrita