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Espanha trava fábrica de urânio junto à fronteira portuguesa

Ambiente

A Câmara de Almeida defende o fim do projeto de uma fábrica de concentrados de urânio em Retortillo (Salamanca), perto da fronteira com aquele concelho e o de Figueira de Castelo Rodrigo.

A tomada de posição acontece no momento em que o Ministério da Energia espanhol decidiu «suspender» o processo de autorização da construção da fábrica «com caráter indefinido, até a divulgação do relatório do Conselho de Segurança Nuclear», de acordo com a resposta do Governo a uma pergunta do deputado Juan López de Uralde, do grupo Unidos Podemos. «Dada a complexidade da documentação» entregue e dos «possíveis pedidos de informação adicional» à empresa que pediu a construção, o CSN afirma que necessita de mais tempo do que os dois anos previstos para emitir o seu parecer. Por cá, o vice-presidente da Câmara de Almeida lamenta o facto desta decisão ter «caráter de temporário». José Alberto Morgado sublinha que o município raiano exige «o abandono imediato do projeto, uma vez que coloca em causa a qualidade ambiental do território transfronteiriço, dada a proximidade com a região onde esta iniciativa está a ser executada».

No final de outubro do ano passado, ambientalistas espanhóis e portugueses manifestaram-se contra as obras em curso da empresa Berkeley para abertura de uma mina de urânio a céu aberto em Retortillo, assim como a construção de uma fábrica que irá fazer a separação do urânio dessa mina e que pode também usar material proveniente de outras minas espanholas. Contaminação de rios, aquíferos, solos e ar com partículas radioativas, além do risco de doenças respiratórias e oncológicas, são alguns dos «sérios perigos» apontados na altura pela Quercus.

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