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Espanha é solução para empresas de transportes da Guarda

Frota de 90 camiões da OIT deixa média de seis milhões de euros por ano em abastecimentos do outro lado da fronteira

Com o preço do gasóleo a subir em flecha nos últimos tempos, as empresas de transportes de longo curso da zona da Guarda não hesitam em dar instruções aos seus motoristas para abastecer os camiões em Espanha. É o caso da OIT – Transportes Internacionais Lda, sediada desde Março de 2005 em S. Miguel, que gasta mais de 500 mil euros de combustível por mês.

«Seria um péssimo gestor se não o fizesse», garante o sócio-gerente da OIT. Abastecer em Portugal «está fora de questão», a não ser «o estritamente necessário para fazer deslocar o camião até à fronteira», acrescenta Norberto Francisco. Em 2007, a empresa facturou 14 milhões de euros e gasta, anualmente, «entre 5 a 6 milhões de euros» em combustíveis. «Eu gostaria de dar dinheiro a ganhar em Portugal, em vez de o fazer em Espanha, mas não é possível porque a diferença de preços é muita e está tudo a “fugir” para abastecer lá», afirma. Lamenta, por isso, que sejam as finanças do país vizinho «a facturar», admitindo que os espanhóis estão a ser «mais inteligentes que nós». Neste cenário, o responsável interroga-se mesmo: «Quanto é que o Estado português não deixa de ganhar por causa dos combustíveis a estes preços?». É que o impacto do aumento dos preços está a ser «enorme», gerando margens de lucro «cada vez mais pequenas» para as empresas de transporte, garante. Actualmente, a OIT tem 138 funcionários, sendo 21 administrativos, e 90 camiões a circular diariamente por toda a Europa.

Norberto Francisco revela mesmo que «se as transportadoras praticassem os preços de há dois anos teriam prejuízo». E avisa que o aumento do gasóleo tem «grandes consequências» no “bolso” do cidadão comum, uma vez que as empresas de transportes também são obrigadas a actualizarem os preços dos seus serviços. «Isto é a base da matemática. Quem aumenta o preço do transporte aumenta automaticamente o preço do produto final que chega ao supermercado», exemplifica. Mas não só, pois os combustíveis são um «circuito fechado»: «Se os preços aumentam, sobem também os preços dos próprios camiões, dos reboques, dos pneus, dos equipamentos da frota, as portagens e as peças», recorda.

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