As experiências escultóricas de Ângelo de Sousa, falecido no ano passado, são a proposta da galeria de arte do TMG para este trimestre. A mostra “Ainda as esculturas” é inaugurada no sábado e tem entrada livre.
Natural de Moçambique, Ângelo de Sousa (1938-2011) foi professor de pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto e, em 1995, o primeiro professor catedrático de pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Em 1964, foi um dos fundadores da Cooperativa Árvore. As suas primeiras esculturas datam dos anos 50, mas é em 1966, primeiro com as folhas de acrílico e finalmente com as chapas de aço, que tomam as formas que hoje identificam a sua obra. Em 1967 foi bolseiro do British Council na St. Martin’s School of Fine Art, uma estadia que aproveitou para maturar o seu interesse pela escultura. No ano seguinte formou o grupo “Os Quatro Vintes”, com Armando Alves, Jorge Pinheiro e José Rodrigues – por todos terem obtido a classificação máxima, desfeito em 1972, altura em que lhe é atribuído o prémio Soquil.
Vanguardista, experimentalista e minimal, Ângelo de Sousa foi um dos artistas mais profícuos e inovadores da arte nacional, expondo desenhos, esculturas, pintura, fotografia e filme. Criou centenas de obras e instalações. Os seus trabalhos estão presentes nos principais museus de arte contemporânea do mundo. O Museu de Serralves apresentou duas antológicas da sua obra, em 1993 e 2001 e o Centro de Arte Moderna dedicou-lhe duas grandes retrospetivas em 2003 e 2005. Em 2000 foi-lhe atribuído o prémio EDP e sete anos depois recebeu o Prémio Gulbenkian na categoria Arte. A Fundação Gulbenkian e a Cordoaria Nacional acolheram uma grande mostra da sua escultura em 2006. Estas últimas exposições representaram uma oportunidade para o autor rever as esculturas que vinha a projectar desde os anos 60. A exposição está patente até 11 de março.