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Escola Tecnológica da Beira Interior com mais procura que oferta

Faltam alunos apesar da aceitação que os cursos estão a ter no tecido empresarial da região

O Nerga– Associação Empresarial da Região da Guarda, em parceria com a AFTBI – Associação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior – e com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG), abriram no ano lectivo 2002/2003 um pólo da Escola Tecnológica da Beira Interior onde se leccionam os cursos tecnológicos de Manutenção Industrial. Os alunos do último nível estão neste momento colocados em diversas empresas a realizar estágio, o que «demonstra a aceitação que este curso está a ter no tecido empresarial da nossa região», sublinha Teixeira Diniz, presidente do Nerga.

Sendo a única entidade formadora a leccionar estes cursos, «a procura (empresas) tem sido maior do que a oferta (alunos)», realça o engenheiro, acrescentando que esta parceria é de «grande importância» para uma região onde há uma «enorme carência» de cursos especializados nas empresas. Daí a facilidade de empregabilidade dos seus frequentadores, uma vez que 96 por cento dos formandos estão colocados nas mais diversas empresas da Beira Interior e de qualquer ponto do país. «Como há muita falta de técnicos, podemos, em conjunto, colmatar essas falhas», sublinha Jorge Leão, director da Escola Superior Tecnológica da Guarda (ESTG). Os alunos de nível IV estão actualmente a realizar estágios de 700 horas, apoiados por técnicos do NERGA e coordenadores do IPG. Na Escola Tecnológica da Beira Interior (ESTEBI) são ministrados cursos de formação pós-secundário em sectores ou áreas (têxtil, vestuário e manutenção industrial) em que as empresas estão «fortemente carenciadas» de técnicos, o que dá aos jovens «uma garantia de empregabilidade imediata», explica Cristina Reis, da AFTEBI. Este foi um projecto que nasceu na Covilhã, recorda a responsável, e que se está a expandir, pois «a indústria da região precisa de pessoas com o perfil que estamos a formar».

A ESTEBI tem extensões a funcionar nos pólos da Covilhã, Castelo Branco e na Guarda, existindo ainda a Escola Tecnológica Têxtil (ETT) em Vila Nova de Famalicão. Na Guarda são ministrados os cursos de Manutenção Electromecânica e Manutenção Industrial, duas áreas onde existe «mais procura», assegura Cristina Reis. Na Covilhã leccionam-se os cursos de Produção Têxtil (nível III), Manutenção-Electromecânica (nível III), Design Têxtil (nível IV) e de Manutenção Industrial (nível IV). Em Castelo Branco funciona apenas o curso de Manutenção-Electromecânica (nível IV). Os cursos de especialização tecnológica incluem bolsa de estudo, subsídio de alimentação e estágio remunerado. Para ingressar no nível III basta ter o 12º ano de escolaridade e no máximo duas disciplinas em atraso; para o nível IV, chega o 12º ano e o nível III de qualificação profissional. As datas para as candidaturas da primeira fase já terminaram, mas até 30 de Setembro está aberta a segunda fase. A legislação garante ainda a possibilidade dos formandos prosseguirem os estudos a nível superior, após 18 meses de trabalho numa empresa, através de protocolos entre a Escola e as Universidades da Beira Interior e do Minho e o Instituto Politécnico da Guarda. Palma Nobre, coordenador pedagógico do projecto, valoriza o equilíbrio da estrutura curricular, pois «os alunos, para além da função de técnico, podem integrar outras áreas graças à sua formação».

Patrícia Correia

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