A necessidade de novas instalações está a sentir-se cada vez mais no quotidiano da Escola Superior de Saúde da Guarda que comemorou o seu 43º aniversário na última segunda-feira. Na sessão solene, o presidente do Instituto Politécnico, onde a ESSG está integrada, adiantou que o projecto preliminar do novo edifício, que deverá ser construído no campus do IPG, já está concluído. Faltam é verbas por enquanto.
No seu discurso, Abílio Figueiredo salientou que «a Escola, o IPG e o poder local terão que promover a construção de uma escola nova, que dê resposta às necessidades formativas na área da saúde ou, o que não me parece tão ajustado, a remodelação desta escola, nomeadamente construindo um bloco para laboratórios e salas de prática». O director da Escola Superior de Saúde considera mesmo que este é o «ponto nevrálgico que urge ultrapassar, sobretudo por dois motivos: a formação de qualidade, respeitando os princípios éticos, de primeiro treinar procedimentos em laboratório e só depois realizá-los nas pessoas, e o processo de acreditação» da instituição. De resto, o professor frisou que é necessária «uma nova escola, quer em edifício, quer em filosofia. Precisamos de um espírito novo e de uma perspectiva nova face ao futuro que aí vem», preconizou, deixando implícita uma crítica aos professores da instituição: «Discordo substantivamente de alguns aspectos que se relacionam com a atitude do corpo docente, em concreto, em sede do Conselho Científico. Uma atitude pouco pró-activa, algo redutora de “navegação à vista”, sob o prisma do previsível e escassa ousadia. Temos que assumir, de uma vez por todas, que a Escola mudou para Escola Superior de Saúde», reforçou.
Em resposta aos anseios do responsável da ESSG sobre as novas instalações, o presidente do IPG também defendeu que a construção de «um novo edifício de raiz é fundamental», manifestando a vontade de que este projecto «seja compreendido e apoiado por todos». De resto, o projecto preliminar «já está concluído», sendo que a inserção da Escola, «que ano após ano tem registado altas taxas de procura, no campus do IPG tratá «vantagens» como a «rentabilização de recursos», apontou Jorge Mendes.
Por outro lado, Abílio Figueiredo constatou que «o ritmo de crescimento acentuado não foi acompanhado por um desenvolvimento integral, nomeadamente no domínio dos recursos humanos», realçou, relembrando que em 2003 a instituição tinha 350 alunos contra os 500 que tem matriculados actualmente. A perda de autonomia financeira foi outro dos assuntos focados, mas o director da instituição tranquilizou os funcionários, pois, na sua perspectiva, «não vai acontecer uma catástrofe», considerando até que «será benéfico porque será feita uma distribuição mais equitativa dos recursos disponíveis». Para o responsável, o presidente do IPG, «qualquer que ele seja, embora dependente da sua perspectiva e estilo pessoal, saberá governar com equidade e justiça, pois trata-se de gerir o bem público, o que é de todos», sublinhou.
Ricardo Cordeiro