A Escola Profissional de Trancoso assinalou na última sexta-feira o seu vigésimo aniversário. Para festejar a data, o estabelecimento promoveu uma sessão solene subordinada ao tema “20 anos de Ensino Profissional” que contou com a participação do professor universitário Joaquim Azevedo, ex-director-geral do Ministério da Educação, entre 1988 e 1992.
O também director da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica enalteceu a importância do ensino profissional em Portugal que «cresceu e se desenvolveu bem ao longo destes anos». O professor frisou ainda que as escolas tiveram «sempre muito sucesso educativo e a prova disso é que hoje temos estes cursos a serem também criados nas escolas secundárias», realçou. Em relação ao papel específico da EPT, Joaquim Azevedo elogia a atitude de responsáveis e professores do estabelecimento trancosense que teve um percurso «muito difícil», mas que o enfrentaram «sempre» com «muita garra, determinação, alegria e apoio local». Já o presidente do Conselho de Administração da EPT relembrou na sua intervenção os «muitos obstáculos» com que a escola se debateu ao «longo destes 20 anos», exemplificando com o caso das «instalações» e o «enorme esforço financeiro» feito pela autarquia. Para o futuro, António Oliveira perspectiva o surgimento de «outras dificuldades», tendo apontado duas situações. Uma relacionada com a «falta de planeamento na rede de oferta formativa do ensino profissional» e outra com o facto de «não haver uma carreira docente devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação» neste tipo de ensino.
Por seu turno, o director da EPT, Domingos Moreira, sublinhou que a escola está a programar «novos desafios» para o futuro como voltar a «apostar no nível quatro». O estabelecimento possui actualmente 17 turmas, «com uma variedade enorme de cursos», uma vez que «o nosso objectivo é dar uma saída profissional bastante diversificada aos alunos». Igualmente presente na cerimónia, o presidente da Câmara de Trancoso reconheceu que a EPT teve «uma importância extraordinária do ponto de vista do desenvolvimento local e regional», continuando a «dar esperanças a estes jovens». Para Júlio Sarmento, a EPT é uma «escola dinâmica que é um orgulho para todos nós», frisando que o «trabalho da Câmara foi sempre estar ao lado e nunca dentro da escola», frisou.
Antes da sessão solene teve lugar uma celebração de Acto Litúrgico de Acção de Graças na Igreja de Santa Maria e depois realizou-se um almoço-convívio. As celebrações foram abertas a toda a comunidade escolar, contando ainda com a presença de ex-alunos e empresários da região.
Testemunhos
1. O que pensas do ensino ministrado na Escola Profissional de Trancoso?
2. Porque optaste por este tipo de ensino?
3. Achas que tens mais possibilidades no mercado de trabalho?
Nome: Nádia Domingues
Residência: Rio de Mel (Trancoso)
Curso: Animação Sociocultural, 2º ano
1. Tem boas condições para os cursos e está de parabéns pelos 20 anos que está a fazer hoje. É uma escola exemplar.
2. Simplesmente, devido ao curso que estou a tirar. Era um curso que eu gostava de tirar e optei por vir para cá.
3. Sim. Acho a escola interessante em relação a este curso, precisamente porque temos algumas saídas, actividades a fazer fora.
Nome: Daniela Garcia
Residência: Pinhel
Curso: Secretariado, 3º ano:
1. Acho o ensino da escola muito bom. Principalmente os professores ajudam muito mais que nas escolas normais. Eu estava numa escola que não me ajudava nada e que me punha a auto-estima muito em baixo e foi muito bom ter vindo para aqui.
2. Porque eu estava a estudar em Pinhel e não me estava a agradar o estudo lá e então decidi vir para Trancoso e agora estou contente.
3. Sim. Tenho muito mais possibilidades.
Nome: José Pedro Borges
Residência: Cabo Verde
Curso: Electrónica, 3º Ano:
1. Estou a gostar muito, porque é uma escola que tem muitas condições. Eu venho de Cabo Verde porque aqui há mais condições. Estou a tirar o curso de electrónica e estou a gostar muito de estudar cá.
2. Porque acho que adquirimos melhores conhecimentos ao nível técnico.
3. Penso que sim.
Nome: João Gomes
Residência: Rio de Mel (Trancoso)
Curso: Manutenção Industrial – Mecatrónica Automóvel, 1º ano:
1. É diferente. É melhor, porque uma pessoa tem mais prática, está bem equipada e os professores são competentes.
2. Principalmente porque gosto de mecânica, acho que tem saída e é uma boa oportunidade.
3. Penso que hoje em dia o mercado profissional está a ter mais saída e uma pessoa pode começar logo a trabalhar, porque já vai preparado.
Nome: João Rosa
Residência: Trancoso
Curso: Manutenção Industrial – Mecatrónica Automóvel, 1º ano:
1. É bastante bom. Os professores são excelentes pessoas e tem-se uma relação com eles muito mais próxima do que nos outros tipos de ensino.
2. Porque é um ensino que tem uma vertente mais prática. Tem também a vertente teórica, que dá para aprender como nas outras escolas, e penso que é mais simples.
3. Penso que um aluno terá mais facilidade à saída de um curso profissional, que do ensino regular. Temos também formação em contexto de trabalho, o que penso, ajuda muito.