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“Enterro do Entrudo” em contagem decrescente

Espectáculo vai juntar cerca de 300 actores e figurantes na noite de segunda-feira na Guarda

A contagem decrescente para o “Enterro do Entrudo” já começou na Guarda e a ansiedade e adrenalina vão aumentando à medida que se aproxima o desfile. Ao longo de três meses, três centenas de actores e figurantes, de várias colectividades do concelho e não só, empenharam-se na preparação e concepção de todo o espectáculo, para que nada falte nesta festa de arromba. Os resultados prometem surpreender na noite de segunda-feira, num evento arrojado na cidade.

Tudo começa na Praça do Município. É aí que decorre a cena inicial que simboliza o nascimento humano do Entrudo, assegurada pelos Antagon Theater Aktion, um grupo de 15 performers alemães que se juntaram à festa. Nesta primeira parte, muitos ficarão espantados ao verem aparecer actores suspensos numa grua e, seguidamente, um boneco gigante com cinco metros de altura, que representa o tão famoso Entrudo. Entretanto, surgem bombos e começa a folia. O cortejo segue depois com mascarados, actores e a Egitúnica, que interpretará um hino à alcoolémia. No entanto, para aqueles que quiserem seguir atentamente o desfile, as surpresas não se ficam por aqui. Mais tarde irá surgir a carroça do vinho que transporta, simultaneamente, o Entrudo, representado satiricamente por um cozido à portuguesa numa panela de ferro, acompanhada pelo grupo de Concertinas de Videmonte e o Grupo de Gaita de Beiços da Rapoula. O cortejo passa depois pelo Jardim José de Lemos, onde há uma paragem para se juntarem pastores com chocalhos para provocar o público. Mais adiante chegarão as Flauzinas, conhecidas como mulheres da vida, encarregues de desafiar e dançar com a assistência, enquanto distribuem vinho.

A folia continua e no Largo da Madrilena vão ouvir-se as tradicionais desgarradas, com letras originais, escritas para esta ocasião. Aí entram em cena o Entrudo actor e a Matrafona, que protagonizam uma zanga conjugal. Mas é de pouca dura, pois a folia acaba por encontrar a Morte e é nesse momento que surgem as 25 Carpideiras que vão chorar o trágico destino do Entrudo. Junta-se depois à festa a Fanfarra NemFáNemFum para tocar a marcha fúnebre e assume-se um figurino de cortejo fúnebre até à Misericórdia. Nele seguem o padre, os acólitos e um coro de acusação em direcção à Praça Velha para o derradeiro momento. Ali surgirão as bruxas, com um ritual e uma queimadinha que será distribuída pelo povo, que é incitado a condenar o Entrudo ao fogo. Segue-se o ponto alto do espectáculo, em que a personagem principal é atirada às chamas redentoras enquanto se ouve uma canção final, acompanhada por um espectáculo de pirotecnia. «Está tudo preparado para que seja um bom espectáculo e uma festa envolvente», garante Victor Amaral. O responsável pelo projecto espera também que nesse dia as pessoas «saiam à rua e se juntem à festa», prometendo uma série de surpresas ao longo do percurso.

Tânia Santos

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