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Ensino privado da região não se ressente da crise

Há estabelecimentos do ensino particular e cooperativo que têm mais alunos matriculados

Ao contrário da tendência generalizada de crise no ensino particular que se verifica no país, os colégios privados da região não estão a perder alunos para as escolas públicas. Há até casos de estabelecimentos do ensino particular e cooperativo que registaram um aumento de procura no início deste ano lectivo.

Foi assim na Escola Internacional da Covilhã, que duplicou o número de alunos matriculados em relação ao ano lectivo anterior, o primeiro em que esteve a funcionar. «Ao contrário de informações que circulam de que a Escola está para fechar ou que temos poucos alunos, o que acontece realmente é que temos o dobro das matrículas do ano passado», assegura uma das directoras pedagógicas da EIC. Vera Gonçalves explica que o número de estudantes inscritos passou de 30 «para cerca de 60», reiterando que a escola «está no bom caminho» e «não está a sentir os efeitos da crise». Nesse sentido, a responsável não tem dúvidas de que a aposta num colégio privado na Covilhã foi acertada, uma vez que se trata de «um investimento que tem dois anos e acreditamos que o projecto vingará. Temos que ter calma. A ideia é aumentar as matrículas. Só que é necessário algum tempo para fazer a divulgação do projecto. Portanto, estamos confiantes», garante.

Também na Guarda, no Outeiro de São Miguel, a tendência é a mesma. «O número de alunos até tem vindo a aumentar e não temos mais porque não há autorização do Ministério da Educação para isso», explica Catarina Carvalho, acrescentando que, apesar de actualmente «ainda não sentimos os efeitos da crise, de hoje para amanhã não sabemos». Já no Colégio da Cerdeira, no concelho do Sabugal, terá havido um ligeiro decréscimo do número de alunos inscritos, «apenas um ou dois», num universo de 127 estudantes matriculados, entre rapazes e raparigas do 5º ao 9º ano. Felicidade Aguiar Ramos, directora pedagógica do Colégio localizado na freguesia da Cerdeira do Côa, adianta que os alunos «apenas pagam o alojamento», uma vez que o ensino é assegurado pelo Ministério da Educação. A responsável refere ainda que, «mesmo nos alojamentos», são praticados «preços módicos», acessíveis à «maior parte das famílias», havendo algumas que «até nem pagam nada porque não têm possibilidades para o fazer».

Apesar de serem associados da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular (AEEP), os Externatos de Nossa Senhora de Fátima, em Manteigas, Secundário do Soito (Sabugal) e Capitão Santiago de Carvalho, de Alpedrinha, não cobram qualquer verba aos seus alunos em virtude de terem contratos de associação com o Ministério da Educação. Também nestes três estabelecimentos não se verificaram quebras no número de alunos inscritos. No primeiro, a directora pedagógica Elisabete Costa refere que os alunos «são poucos», cerca de 80, «mas o número vem-se mantendo», isto apesar de Manteigas ter «sofrido muito com a crise económica e o encerramento de algumas fábricas», o que se tem traduzido numa «debandada» de pessoas. Já no Soito houve um «pequeno decréscimo» de estudantes, uma situação que é justificada pelo facto da turma do 5º ano que entrou ter menos alunos do que a do 9º que ali terminou o seu percurso no ano lectivo anterior, salienta o director, António Dinis. Quanto ao Externato Capitão Santiago de Carvalho, em Alpedrinha, no concelho do Fundão, também manteve o número de alunos, cerca de 300, matriculados do 5º ao 12º ano.

Ricardo Cordeiro No Outeiro de São Miguel, só não há mais alunos «porque não há autorização» do Ministério da Educação

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