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Engenharia Mecânica sem vagas

Agora, os alunos admitidos para aquele curso, pelo acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos, vão ter que optar por outra engenharia

O curso de Engenharia Mecânica da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foi adequado a Bolonha, de acordo com todas as regras estabelecidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Porém, não serão atribuídas vagas para o próximo ano lectivo, à semelhança do que já tinha acontecido no ano passado. Além disso, os alunos que já tinham sido admitidos, pelo acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos, vão ter que optar por uma outra engenharia, que não a Mecânica.

Daniel Morais é estudante de Engenharia Mecânica na ESTG, frequenta o 3º ano e gostava de concluir uma licenciatura, mas tem algumas disciplinas atrasadas e agora, com esta «triste notícia, vai ser mais complicado», agoira. Para o jovem de 24 anos, natural e residente na Guarda, só lhe restam duas hipóteses: «agora vou tentar fazer tudo por exames, caso contrário terei que equacionar a hipótese de ir para outro Politécnico», atira. No entanto, esta última suposição não lhe agrada, pois «esta foi a minha primeira opção quando concorri ao Ensino Superior e gosto bastante de cá estar», confessa o estudante, que também pertence ao Núcleo de Engenharia Mecânica. A maioria dos alunos ainda está incrédula com a notícia que foi transmitida durante uma reunião, nas últimas semanas.

«Tínhamos várias expectativas que fossem abertas vagas, até porque havia alunos para o curso», garante o subdirector da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Pedro Cardão. Quando a ESTG foi informada que não tinham sido atribuídas vagas a Engenharia Mecânica, «contestámos, dentro do “timing” definido, e reformulámos o pedido com uma alteração: onde assumíamos o financiamento dos novos alunos», conta o professor. «Ao que parece, a Direcção Geral do Ensino Superior aceitou essa petição, mas depois veio uma comunicação pelo presidente do IPG a informar que o pedido não tinha sido aceite, mas do Ministério nem recebemos qualquer resposta», constata o subdirector.

Para Pedro Cardão, a tutela não abre mais vagas, porque «a previsão de alunos para este curso é zero». No entanto, «até já havia novas candidaturas», refuta o docente. Como é o caso de três estudantes, que já tinham sido admitidos, pelo acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos. Agora, a esses candidatos foi lhes dado a benesse de escolherem uma outra Engenharia: Civil, Informática, Topográfica ou do Ambiente. Já que as provas de aptidão foram semelhantes. Apesar de Engenharia Mecânica integrar a lista de cursos da ESTG que foram adequados a Bolonha, no próximo ano lectivo «o plano de estudos vai continuar a funcionar nos moldes antigos», lamenta o subdirector da escola, pois «não foi atribuído um código ao curso, por falta de vagas», acrescenta.

De resto, o departamento de Engenharia Mecânica da ESTG teve as suas raízes em 1988, sofrendo desde aí uma evolução permanente que se tem revelado na actualização e formação do seu corpo docente. Actualmente, o Departamento é responsável pela licenciatura bietápica em Engenharia Mecânica e colabora na leccionação do curso de Engenharia do Ambiente.

Patrícia Correia

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