A concepção e execução de projectos ambientais, a promoção das energias renováveis, o estudo da Matriz Energética Regional e iniciativas de formação e requalificação profissional têm sido as principais tarefas da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) após a passagem, há um ano, da gestão e tratamento dos resíduos sólidos urbanos à Águas do Zêzere e Côa (AZC). Segundo um balanço divulgado na última semana pelo organismo intermunicipal presidido por José Manuel Biscaia, também autarca de Manteigas, a AMCB tem trabalhado na promoção e realização de projectos «capazes de ajudar a administração local a responder aos novos desafios da descentralização e da modernização administrativa».
No âmbito da formação profissional, a associação, que tem actualmente em curso iniciativas no valor de 500 mil euros, candidatou recentemente um projecto de qualificação dos recursos humanos da administração local ao Programa Foral. Tenciona realizar, por outro lado, as cartas educativas, sociais, desportivas e ambientais de alguns municípios da Cova da Beira, uma iniciativa orçada em cerca de 3,6 milhões de euros. A AMCB tem ainda em desenvolvimento um projecto, no âmbito da iniciativa EQUAL, com um valor global de 1,6 milhões de euros, que visa contribuir para acções e medidas de prevenção e de combate ao desemprego e de desenvolvimento de recursos humanos. No domínio ambiental, a AMCB está a promover a realização dos mapas de ruído para os municípios, com vista à prevenção dos problemas de poluição sonora e a salvaguarda da qualidade de vida das populações. Este projecto está orçado em cerca de 85 mil euros. Em execução está a acção “Veículos em Fim de Vida”, cujo objectivo é o tratamento adequado aos veículos usados, abandonados na via pública, sendo também extensível aos veículos das frotas municipais. Já os Planos Municipais do Ambiente e dos Planos de Promoção de Energia Solar, no âmbito do Interreg III, estão em fase de preparação com candidaturas orçadas em 400 mil euros cada.
A Associação de Municípios da Cova da Beira está também a promover a utilização das energias renováveis na Beira Interior, uma tarefa levada a cabo através da Enerarea – Agência Regional de Energia e Ambiente do Interior. O objectivo é estimular o desenvolvimento económico deste tipo de fontes de energia para melhorar a eficiência energética e promover os recursos autóctones. Para tal, e no âmbito de uma candidatura ao Interreg III, está a ser desenvolvido um Plano de Optimização Energética para os municípios da Beira Interior, cuja finalidade consiste em analisar o consumo de energia eléctrica dos edifícios municipais, através de leituras mensais, e apresentar soluções de racionalização de energia. O plano, orçado em 495 mil euros, visa ainda estudar a viabilidade da aplicação de medidas e tecnologias de gestão de energia eléctrica na iluminação pública, nomeadamente com a implementação de reguladores de fluxo ou com a substituição de lâmpadas mais eficientes. Posteriormente, será feito um levantamento dos tipos de energias renováveis com maior potencial de aplicação na região com vista à sua utilização por parte das autoridades locais.
A AMCB estima que a aplicação prática deste Plano de Optimização possa permitir uma redução da ordem dos 30 por cento na factura energética dos municípios. Outros projectos da Enerarea são o desenvolvimento de uma Matriz Energética Regional, para estudar e conhecer a forma como a energia é utilizada na Beira Interior com vista à maximização das poupanças, e o estudo de viabilidade da implementação de Colectores Solares Térmicos no aquecimento das Águas Quentes Sanitárias (AQS) em pavilhões, polidesportivos, piscinas municipais e habitações de particulares, para reduzir a facturação energética e as emissões de Dióxido de Carbono (CO2). Esta subsidiária da AMCB está também envolvida numa parceira com outras entidades regionais para a realização de estudos que identifiquem as necessidades quanto à constituição de micro-empresas auto-sustentáveis de cariz agro-ambiental.
