Cerca de 113 figurantes vão protagonizar, no sábado, uma viagem ao passado de Castelo Mendo, no concelho de Almeida. A Aldeia Histórica, cujo foral foi concedido por D. Sancho II há 777 anos, é o palco da tradicional feira medieval, mas desta vez aposta em grande.
Com a colaboração dos agrupamentos de Escolas de Almeida e Vilar Formoso e da Escola Profissional de Trancoso, os promotores, a autarquia e a Junta de Freguesia, querem pôr na rua regateiros, artesãos, taberneiros, almocreves, cavaleiros, bobos, jograis, monges, damas, nobres, bruxas e mendigos. O ambiente medieval estará montado durante todo o dia, estando ainda previstos jogos tradicionais, passeios de burro pela Devesa e várias visitas a pontos de interesse. Esta jornada histórica culmina com um banquete e um concerto na Igreja de S. Vicente. A ceia medieval é um dos momentos altos do evento, devendo os participantes vestir a rigor. Durante o repasto intervirão, em animadas brincadeiras, personagens como o bobo, os malabaristas, acrobatas e outros que tais, acompanhadas pelo som da música medieval trovadoresca. Para as 21 horas está programado um concerto dos Frei Fado d’el Rei na Igreja de S. Vicente, a antiga igreja matriz. Este espectáculo de contornos clássicos, com apontamentos contemporâneos, vai fechar a feira medieval.
O evento constitui uma boa oportunidade para visitar uma das mais deslumbrantes e misteriosas localidades do distrito, que salta à vista num vale perdido atravessado pela única estrada que lhe dá acesso. Castelo Mendo é um burgo amuralhado sobranceiro ao rio Côa. O aglomerado circular envolto por velhas muralhas é uma visão fascinante entre a serra e a Devesa, à direita, local de pastagem, das bancas da praça e de festas populares. É como que uma estrada para o passado, que se franqueia na Porta da Vila, guardada por dois berrões. Lá dentro procure a Casa da Menda e tente descobrir a cara do Mendo. Mas estes não são os únicos vestígios da história gloriosa de Castelo Mendo, antiga vila de grande movimento mercantil por ter Castela ali à beira e dona de uma feira como não há memória. Desse tempo resistiram casas senhoriais, ruas ancestrais, a Igreja de São Pedro e, no alto, as ruínas de uma igreja e do primeiro castelo com cisterna. Lá em cima, chegue-se ao canto das oliveiras e faça um desejo atirando uma pedra ao Barroco dos Desejos. Já será uma sorte se conseguir acertar.