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Encerramento de maternidades «não está planeado»

Garantia foi dada anteontem pelo ministro da Saúde no Centro Hospitalar da Cova da Beira

O encerramento de maternidades na Beira Interior «não é nada que esteja planeado», assumiu anteontem Paulo Macedo, à margem da cerimónia de tomada de posse do novo Conselho de Administração do CHCB. O ministro da Saúde salientou também a importância de haver «maior articulação» entre as várias partes que integram um polo de saúde na região.

O governante assegurou que «neste momento» não tem «qualquer prioridade» sobre o possível encerramento de maternidades na região, sublinhando que sobre essa matéria «há os números que se conhecem, não há números novos». Recorde-se que em novembro passado, Paulo Macedo afirmou que «as maternidades que tiverem menos de 1.500 partos por ano, de acordo com os indicadores da Organização Mundial de Saúde, não deveriam estar a funcionar», admitindo que podia haver encerramentos que se justificassem. Na Beira Interior nenhuma das três maternidades atingiu aquele número de partos. Sem dar mais explicações sobre o assunto, o ministro defendeu o reforço do polo de saúde que, no seu entender, já existe na região. «O Governo entende que há possibilidades claras de reforçar ainda mais os laços entre a Universidade da Beira Interior e o CHCB e que deve haver maior articulação entre as unidades hospitalares, os centros de saúde e os cuidados continuados», declarou.

Nesse sentido, «queremos claramente um polo com maior articulação», sendo que poderá, ou não, implicar alterações na orgânica atual: «Poderá acontecer. No entanto, neste momento o que nos interessa é maior articulação. Depois temos que ver a forma, se passa por uma mudança orgânica ou não», explicou. Durante o seu discurso, o ministro sustentou que é «exigível» que o CHCB, constituído pelos hospitais Pêro da Covilhã e do Fundão, «seja protagonista no futuro» em articulação com os Hospitais Amato Lusitano (Castelo Branco), Sousa Martins (Guarda) e também com a Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e os Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco. «Temos assim reunidos um importante polo de saúde, cuja efetiva complementação deverá dar obrigatoriamente bons resultados. A gestão do CHCB, tal como de todos os outros, deve ser efetuada assumindo-se que sem articulação de cuidados hão há prestação de cuidados efetivos de qualidade», reforçou.

Ou seja, «temos que entender que cuidados primários, hospitalares e continuados não são compartimento estanques mas correspondem a diferentes fases de cuidados de saúde; daí que a sua organização e articulação deve ser feita nesta perspetiva e não na assunção de realidades diferentes por vezes construídas e pensadas de forma antagónica». Paulo Macedo defendeu ainda a abertura de mais alguns centros de saúde para atingir o objetivo que traçou para esta legislatura, que é de cada utente do Serviço Nacional de Saúde ter um médico de família. Frisou que o objetivo pode ser alcançado «primeiro, pela abertura de mais alguns centros de saúde», para cumprir um papel «em termos de proximidade», sendo que, no seu entender, apesar de haver «um claro excesso de camas hospitalares, dependente de região para região, na parte dos cuidados de proximidade ainda há alguma coisa a fazer».

Ricardo Cordeiro Paulo Macedo, ao centro, assegurou que «neste momento» não tem «qualquer prioridade» sobre o fecho de maternidades na região

Encerramento de maternidades «não está
        planeado»

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