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Empresários e entidades querem estratégias para o têxtil

Grupo de trabalho do na Assembleia da República está a elaborar relatório para desenvolver medidas de defesa da indústria

Empresários, políticos e sindicalistas reclamaram, na última segunda-feira, estratégias e políticas para defender os têxteis portugueses no mercado global. Os problemas e soluções para o sector estiveram em discussão na Universidade da Beira Interior, com o grupo de trabalho do sector têxtil e do vestuário, formado na Comissão de Assuntos Económicos, Inovação e Desenvolvimento Regional da Assembleia da República.

A ausência de uma estratégia, de uma política industrial e a falta de apoios à criação de empresas no interior do país foram algumas das queixas referidas pelos intervenientes. A excessiva «burocracia alfandegária», que prejudica a exportação dos produtos portugueses, foi outra das críticas apontadas por Paulo de Oliveira, que pediu a activação de cláusulas de salvaguarda às importações da China. «Porque é que não accionamos as cláusulas de salvaguarda, à semelhança de países como a Turquia e China?», questionou o empresário, para quem há «desigualdade» de tratamento entre os têxteis portugueses e chineses. A cláusula de salvaguarda também foi pedida por Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa, que apontou ainda a necessidade de um Plano de Emergência para os têxteis portugueses. A política de baixos salários e a diversificação industrial feita na região, à base de confecções onde prevalece a mão-de-obra barata, foram outras causas dos problemas do sector na região.

Carlos Pinto criticou o «facilitismo extraordinário» do Governo quanto às decisões comunitárias, acusando-o de ter «dado o mercado à liberalização sem as devidas cautelas que se deviam impor». Para o autarca, o Estado tem que traçar linhas mestras para a indústria que «perdurem» para além dos ministros e estabelecer parcerias com os empresários e entidades locais para contratos de desenvolvimento da indústria e da região. «Há um “cluster” na Covilhã», frisou, exemplificando com o “know-how” da universidade, de empresários, centros tecnológicos e do Parkurbis. O grupo de trabalho, coordenado pela deputada socialista Teresa Venda, deverá ter pronto um relatório final dentro de 15 dias. Dele constarão os problemas referidos pelas várias entidades e empresários ao longo destes seis meses de trabalho e também as soluções para o futuro dos têxteis. «Temos que defender políticas que garantam a subsistência dos nossos têxteis no mercado global», disse Teresa Venda, acrescentando que Portugal tem possibilidades para competir nesse mercado com produtos assentes «na inovação, marca e imagem forte e criatividade para atingir nichos de mercado».

Liliana Correia

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