A Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi consultor e administrador, obteve a maioria dos fundos do programa “Foral”, financiado por dinheiros do Fundo Social Europeu e do Estado português, destinados à formação profissional nas autarquias.
O programa era tutelado por Miguel Relvas, então secretário de Estado da Administração Local. Segundo o jornal “Público de hoje, só em 2003, 82 por cento do valor das candidaturas ao programa coube à Tecnoforma. Entre 2002 e 2004, 63 por cento dos projetos aprovados a privados foram para a mesma empresa.
Miguel Relvas era ministro de Durão Barroso, Paulo Pereira Coelho o gestor do “Foral” na região Centro, Pedro Passos Coelho consultor da Tecnoforma, João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era diretor comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum, noticia o diário, o facto de todos terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
Os principais beneficiários do programa lançado em 2001 por António Guterres foram, de longe, os 278 municípios do continente, mas as empresas privadas que atuam no mercado da formação profissional também podiam apresentar candidaturas. A sua parte foi sempre diminuta, mas desse total a Tecnoforma conseguiu a parte de leão do negócio. Tanto Passos Coelho como Miguel Relvas, bem como os atuais e antigos responsáveis da empresa, negam qualquer favorecimento – suspeita lançada em junho por Helena Roseta, antiga presidente da Ordem dos Arquitetos e atual vereadora da Câmara de Lisboa.