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Em estágio no CERN

Rosa Carvalho

Por se considerar de grande importância o papel dos professores como veículo de transmissão do estado actual da Ciência e das recentes descobertas, o CERN( Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), o maior laboratório de Física de Partículas do Mundo, abriu, pelo terceiro ano consecutivo, estágios para professores de Física e Química de Escolas Portuguesas, onde estiveram presentes, de 30 de Agosto a 4 de Setembro deste ano, Rosa Carvalho, Professora da Escola Afonso de Albuquerque, Ana Paula Mateus, da Escola da Sé e Carlos Saraiva, da Escola de Vila Franca das Naves.

A organização esteve, em parceria, a cargo do CERN e do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física de Partículas, onde se faz investigação no campo da Física experimental de altas energias, com aplicação em vários campos, um dos quais a Física Médica), com apoio da Agência Ciência Viva.

Do programa, de excelente qualidade, faziam parte diversas conferências sobre diversos temas, entre os quais Física de Partículas, Princípios da Detecção de Partículas, Aplicação da Física de Partículas, o Detector CMS e a Participação Portuguesa, Física Aplicada com Aceleradores (ISOLDE), Aceleradores em Física de Partículas e controle criogénico, Física de Partículas sem aceleradores artificiais, visitas a todos os detectores, ao Centro de Controle, à “caverna” à profundidade de 100m onde se encontra instalado o acelerador LHC. Houve também participação em grupos de trabalho, realização de experiências entre as quais a detecção de muões (partículas) numa câmara de fabrico mais ou menos artesanal. E para que a “experiência” fosse completa, a organização proporcionou a todos os participantes no estágio, um programa intitulado “Caça ao Tesouro”, que nos permitiu visitar e conhecer pontos de interesse na Cidade de Genebra.

Recordo alguns dos passos que levaram à criação de uma organização de tal dimensão a nível europeu e mesmo mundial, uma vez que, neste momento, podemos dizer que, em tempo real, equipas de cientistas de todo o mundo, recebem e trabalham resultados obtidos neste centro de investigação: em 1949 fez-se a primeira tentativa de cooperação civil em Física Nuclear; em 1952, fez-se a escolha de Genebra para a localização do Laboratório; em 1953, fez-se a assinatura do primeiro convénio entre os países (Estados membros) do CERN; em 1954 nasceu o CERN.

São cada vez maiores os desafios que se colocam aos cientistas, especialmente Físicos de partículas, mas não só. No CERN trabalham equipas multidisciplinares, constituídas por Físicos teóricos, engenheiros, etc., não apenas nas instalações do CERN, como também por todo o mundo, onde chegam como se disse, em tempo real, os resultados obtidos nos detectores do CERN que são estudados por milhares de cientistas, nos mais diversos locais do globo, muitos deles em ligação. Quem sabe, sairão de entre os jovens estudantes que frequentam a nossa Escola alguns cientistas que um dia sejam motivo de orgulho para todos nós! É na Escola que tudo começa! É na Escola que se desenvolve o gosto pela Ciência, é da Escola que saem os futuros cientistas!

Os Professores das áreas científicas têm um papel importante e muitas vezes decisivo na condução do futuro dos Jovens. Podem acreditar que eles gostam de ensinar! Esperemos que os alunos gostem de aprender e investigar! O futuro é promissor neste campo! Precisamos de Investigadores! Precisamos de Cientistas!

Rosa Carvalho

Professora de Físico-Químicas na ESAA

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