Quando a Casa do Douro impôs o arranque de todo o arvoredo nos vinhedos porque, caso não o fizessem, seria cortado o benefício e, posteriormente, se foi assistindo a uma série de atropelos no Douro Vinhateiro que destruíram a paisagem que esteve na origem da classificação de Património Mundial pela UNESCO, deu-se início ao arranque intensivo das amendoeiras.
Há que dar atenção ao Sr. presidente da Câmara de Lamego que, em artigo do “Expresso”, de 31 de Agosto de 2002, afirma: «Ou nos portamos bem ou perdemos a classificação» e, ainda, ao Sr. presidente da Rota do Vinho do Porto, «A não plantação ou destruição da chamada bordadura, constituída por amendoeiras ou oliveiras, tudo isto contribui para que a paisagem se torne diferente da que foi classificada pela UNESCO».
E ainda, como afirma a proprietária da Quinta da Pacheca: «Assiste-se neste momento, em várias regiões do Douro, à realização apressada das obras e outras intervenções que não seriam autorizadas caso já estivesse a funcionar o GTI». Então, não tivessem perdido tempo a instalar o referido gabinete!!!
A Associação dos Amigos da Amendoeira (AAA) não aceita que o Gabinete Técnico Intermunicipal para o Alto Douro Vinhateiro se preocupe só com a reposição das paredes e esqueça o que foi sacrificado a mais umas cepas. Hoje, à Casa do Douro, exige-se que informe os agricultores que árvores nas chamadas bordaduras não implicam o corte do benefício. E, porque impôs o arranque, deve impor a plantação, se não querem perder tão honroso galardão.
A AAA não aceita a afirmação de que das três culturas principais destas terras essencialmente agrícolas, vinho, azeite e amêndoa, esta seja para esquecer. A amendoeira que, na época de floração, é cantada na sua beleza, a AAA, vai cantá-la na tragédia, na tristeza.
A direcção da Associação dos Amigos da Amendoeira, Freixo de Numão