Até às eleições intercalares, marcadas para 7 de outubro, a Junta de Freguesia do Marmeleiro será gerida por uma comissão administrativa constituída por David Barbeira (PSD), Edite Barbeira (CDS-PP) e Márcio do Curral (PSD). O impasse na freguesia já dura há dez meses e, em junho passado, os eleitos Edite Barbeira e Joaquim Alves (PS), segundo e terceiro candidatos mais votados nas autárquicas de outubro, respetivamente, renunciaram ao mandato e provocaram novas eleições.
«Esta nomeação veio fazer justiça, sobretudo à população da freguesia do Marmeleiro que votou e escolheu de forma livre e democrática os seus representantes», considera a centrista, segundo a qual o despacho do Ministério da Administração Interna (MAI) «retira razão a quem, desde outubro de 2017, quis bloquear a constituição dos órgãos autárquicos da nossa freguesia, com evidentes prejuízos para todos». Edite Barbeira só lamenta «não ter sido possível chegar a acordo para a constituição da Junta, como era minha vontade e do Sr. Joaquim, processo para o qual nos manifestámos sempre disponíveis». A candidata mostrou-se ainda satisfeita com esta nomeação, pois agora será possível «responder às necessidades e aos anseios» das pessoas. A centrista espera agora inteirar-se do que se passa na Junta: «Não me foram entregues os documentos de gestão da Junta de Freguesia, a que tinha direito como eleita e a que a própria lei obriga», recorda.
Sobre o facto do socialista Joaquim Alves não integrar a comissão administrativa, Edite Barbeira diz lamentar pois «é um elemento muito válido e que iria contribuir muito positivamente para a gestão» da freguesia. Quanto às próximas eleições, a centrista garante que irá novamente a votos, sendo «ainda prematuro» falar em coligações com o PS. Já o social-democrata David Barbeira reforça que o MAI decidiu aquilo «que eu sempre defendi» nas Assembleias: «Dois eleitos do PSD e outro de outro partido», sublinhou o presidente eleito em outubro, que não duvida que as coisas vão correr bem, pois «a falar a gente entende-se» e a sua missão é «servir o povo». Também o candidato do PS se mostrou tranquilo com a decisão da tutela: «As leis são assim. Ainda bem que a comissão ficou constituída e acho bem que assim seja», afirmou Joaquim Alves, para quem a presença de Edite Barbeira vai criar «equilíbrio na Junta».
Nas últimas eleições David Barbeira (PSD) ganhou com 42,56 por cento dos votos e três mandatos na Assembleia de Freguesia, os mesmos que a centrista, que obteve 35,64 por cento dos sufrágios, enquanto o socialista ficou-se pelos 14,53 por cento e conseguiu um mandato.
Sara Guterres