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Egicar declarada insolvente

A insolvência da Egicar foi pedida pelo BES, mas os seus administradores argumentam que a empresa de venda de automóveis já não existe

Cerca de 20 trabalhadores ficaram sem emprego na semana passada quando a Egicar, concessionária automóvel, foi considerada inviável pelo administrador de insolvência, Joaquim Baltazar Lopes. A sentença tinha sido proferida no dia 3, na sequência do pedido de insolvência interposto pelo Banco Espírito Santo, tendo a empresa encerrado na passada sexta-feira.

«O administrador nomeado pelo tribunal tomou posse efetiva dos bens, devendo a empresa estar fechada até 2 de julho, altura em que será realizada a reunião de credores», indicou Sandra Sousa, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE) do Centro-Norte. «O administrador Crespo de Carvalho não tinha deixado fazer o inventário ontem [quinta-feira]», revelou a representante sindical, pelo que os ex-funcionários da Egicar passaram a noite nas instalações para «salvaguardar os bens que são deles, pois são os primeiros credores a receber». A recusa, segundo a sindicalista, prende-se com o facto do empresário entender que aquele equipamento pertence à SportGarbe: «Estes trabalhadores são da Egicar e os bens que estão lá dentro também», contrapõe Sandra Sousa, referindo que apenas um funcionário tinha contrato com a SportGarbe.

Também na noite anterior os recém-desempregados não arredaram pé do edifício da Egicar, na Estação, onde «esteve um ambiente de cortar à “faca”, com as pessoas sob pressão e sem saberem o seu futuro», lamenta a dirigente do SITE. O administrador de insolvência só conseguiu mudar as fechaduras na sexta-feira, altura em que se fez acompanhar pela PSP. Depois de encerrar a empresa, o responsável terá inventariado o equipamento presente no interior do edifício no início desta semana. Atualmente, a concessionária automóvel não representava qualquer marca, mas «tinha os salários mensais em dia», confirmou Sandra Sousa. «Onde é que estes trabalhadores vão arranjar trabalho? Alguns não são tão jovens quanto isso, mas também não estão na idade da reforma», lamentou a sindicalista. Os trabalhadores não quiseram prestar declarações, o mesmo acontecendo com Crespo de Carvalho, que remeteu novas informações para os próximos dias.

Sara Quelhas O administrador de insolvência determinou o fecho da empresa na sexta-feira

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