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Editorial

As cidades são o resultado de relações sociais e de vizinhança, duma cultura e identidade que lhe é própria, intrínseca e diferente do rural, dum edificado à escala humana e com pontos e locais de referência com os quais os seus utentes se podem relacionar.

Como tal, a vivência urbana passou a estar cada vez mais condicionada à capacidade de proporcionar aos seus habitantes e visitantes adequadas condições de acolhimento e oferta imaterial que respondam em pleno à generalidade das necessidades colectivas. Ou seja, há necessidade de garantir e potenciar padrões de vida urbana, que respondam às aspirações da sociedade e ao novo enquadramento social e económico mas num contexto de desenvolvimento sustentável e de respeito pelos nossos antigos Centros Urbanos.

Centros Urbanos que se apresentam como áreas territoriais que concentram funções estruturantes na organização do quotidiano, não só das populações residentes, mas também dos que habitam para além dos seus limites e dos visitantes.

Para manter vivos e actuais estes espaços urbanos é necessário integrar as componentes actuais com o desenvolvimento e a implementação de projectos inovadores de modo a constituir uma estratégia de base de desenvolvimento suportada por oportunidades de transformação.

Para se alcançar este objectivo é necessário que todos nós tenhamos consciência de que para além da acção dos Municípios e do Poder Central, actores por excelência neste processo, é também uma tarefa a que a todos diz respeito e em que temos de estar envolvidos através de uma participação pública alargada.

Por sua vez, os Municípios através dos vários mecanismos de planeamento deverão promover a devida inserção dos Centros Urbanos na malha organizacional da cidade devolvendo-lhe a centralidade perdida através da compatibilidade e adaptabilidade de soluções no tempo sem comprometer o futuro e associando a necessidade de racionalização de recursos com vista à sustentabilidade futura.

Ora, está comprovado que os Centros Urbanos antigos, nomeadamente os denominados Centros Históricos, enquanto produto turístico são cada vez mais procurados por segmentos específicos de mercado. Segmentos que são constituídos por indivíduos que por necessidade de procura de novas sensações e emoções se alheiam da oferta turística tradicional e apostam na descoberta do património, da cultura, da história e das tradições dos locais.

Perante esta nova realidade, o turismo surge como uma importante estratégia de ordenamento urbano mas que necessariamente tem de propor uma oferta competitiva que vá ao encontro das expectativas dos visitantes e que ao mesmo tempo contribua favoravelmente para o desenvolvimento sustentado dos Centros Históricos e para a qualidade de vida dos que neles residem ou trabalham.

Tendo em conta o vasto e valioso património do Centro Histórico da Guarda e este associado à excelente localização da cidade em termos geográficos perante a vizinha Espanha e todo o território nacional, o sector turístico apresenta-se como uma das grandes esperanças para a revitalização económica, urbana e patrimonial deste núcleo urbano.

De referir ainda que para além destes dois importantes factores, a cidade e a região usufruem de uma rede de ligação por excelência que permite uma fácil mobilidade, e apresentam um leque variadíssimo de recursos naturais, culturais e gastronómicos que permitem um maior impulso na cooperação e promoção transfronteiriça do território e como tal podem também contribuir favoravelmente para a dinamização do seu tecido empresarial e de emprego.

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