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E lá vamos cantando e rindo

Entrementes

Já nos idos de julho do ano transato prosei sobre relvados e afins. Longe de mim pensar que, transcorridos mais uns meses, ainda estaríamos a assistir às venturas e desventuras do senhor Relvas. O incontornável senhor Relvas. O omnipresente senhor Relvas. O douto senhor Relvas.

Vem todo este arrazoado a propósito das declarações de um ex-secretário de Estado da Cultura que dá pelo nome de Francisco José Viegas e que em bom tempo deu às de vila diogo quando se apercebeu que, no fim de contas, fazia apenas parte de uma espécie de Governo. Pois bem, o ex-governante em causa veio estrebuchar contra a ideia peregrina que é pôr-nos a todos a vigiar-nos mutuamente quando vamos ao café e pedimos uma bica. Ai daquele que não acrescente de imediato “e a fatura por favor!…”. É que nunca se sabe se por detrás de nós não estará um qualquer agente à paisana que nos torne o cafezinho bem mais caro…

Pois bem, a propósito deste desassossego, veio o ex-governante, contrariando o que se convencionou chamar de politicamente correto, afirmar que, se alguém tivesse a ousadia de lhe pedir a fatura o mandaria… bem, o resto já os leitores sabem e, isso, vou-me abster de o transcrever.

Concorde-se ou não com a opinião veiculada, goste-se ou não da forma como foi apresentada, o certo é que qualquer um de nós tem direito à opinião e a expressá-la sem medos nem peias de qualquer espécie. Até, eventualmente, com maioria de razão neste caso já que se trata de uma personalidade que, até há pouco tempo, tinha responsabilidades governativas.

O que não percebo é que o Governo tenha vindo a terreiro defender a medida que entendeu tomar pela personagem que menos se poderia esperar. Que venha o senhor Relvas comentar os escritos de Francisco José Viegas é do mais caricato que imaginar se possa. Isto, tomadas em linha de conta as conhecidas tibiezas do senhor ministro, mormente na área cultural.

Claro que sempre se poderá dizer que veio um ministro comentar as afirmações de um secretário de Estado, mas como diz o outro, há ministros e ministros… Há secretários de Estado e secretários de Estado…

Por: Norberto Gonçalves

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