A redução de efectivos prossegue nas fábricas de componentes automóveis do concelho. Depois da Delphi ter concluído, na passada quarta-feira, o despedimento colectivo de 315 pessoas foi a vez da Dura Automotive dispensar 20 trabalhadores no último dia de laboração antes das férias de Natal.
«É uma decisão inesperada, até porque a situação da fábrica estava a melhorar e a direcção tem dito que há encomendas», refere Sandra Sousa, que se diz chocada com a forma como tudo se processou. «As pessoas foram chamadas meia-hora antes de terminar o turno e receberam a carta de despedimento. Por coincidência, também levaram um cabaz de Natal», referiu a dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e Metalomecânicas (STIMM). Segundo Sandra Sousa, os despedidos, cujas idades variam dos 23 aos 37 anos, são todos contratados e vão ficar em casa nos próximos dois meses até ao final do contrato. «São pessoas que estão na empresa há cinco ou seis anos, quando o habitual nestas situações é despedir quem está há menos tempo», afirmou, realçando que esta decisão abrange, «pelo menos, duas mulheres cujos maridos estão desempregados».
A sindicalista, que também faz parte da comissão de trabalhadores, adianta que a empresa justificou esta medida com «a previsão de uma nova redução da produção no próximo ano, à qual espera antecipar-se com esta redução de efectivos». A Dura esteve em “lay-off” entre Março e Agosto deste ano devido à falta de encomendas, enquanto no ano passado despediu 21 colaboradores. A Dura labora na freguesia de Vila Cortês do Mondego, a poucos quilómetros da Guarda, e empregava até terça-feira 143 pessoas.