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Donde viemos e para onde vamos?

mitocôndrias e quasares

Há muitas ideias erradas acerca do Big Bang. Por um lado, não foi, de todo, como uma explosão de uma bomba. Quando uma bomba explode, os seus fragmentos espalham-se pelo espaço partindo de uma região central. Se conseguirmos traçar o percurso inverso dos fragmentos até à origem encontraremos o ponto exacto onde a bomba esteve. Este processo não é possível com o Universo, pois o Universo em si, sempre foi e sempre será, todo o espaço. Não existe absolutamente nada, nem mesmo espaço para além da fronteira do Universo. Como já vimos, o Universo não tem fronteira. O conceito de Big Bang para a origem do Universo é uma consequência lógica de se ter um Universo em expansão.

O ponto de densidade infinita a que chegamos quando imaginamos o início do Universo é chamado de singularidade cósmica. Nesta singularidade, conceitos como passado, futuro, aqui e agora deixam de ter significado. Em tais condições não é possível utilizar as leis da Física para descrever o Big Bang. Frases como antes do Big Bang, ou no momento do Big Bang não fazem sentido, uma vez que o tempo na verdade não existia.

Num tempo muito curto após o Big Bang, espaço e tempo começaram a comportar-se da forma que hoje os concebemos. Este intervalo de tempo chamado Tempo de Planck é da ordem dos 10-43 s. Desde o tempo zero ao tempo de Planck, toda a ciência conhecida falha, não compreendemos como espaço, tempo e matéria se comportavam nesse minúsculo intervalo.

Um novo Big Bang?

Duas hipóteses se colocam para o futuro do Universo, uma que defende que ele continuará indefinidamente a sua expansão, e outro que defende que ocorrerá um progressivo abrandamento até à situação extrema de se inverter o sentido, iniciando-se uma lenta contracção, no fim da qual ocorreria um novo Big Bang, recomeçando o processo.

A opção por uma ou por outra, depende da massa total do universo e da força gravitacional. Se a massa for superior a um certo valor, a força gravitacional provocará a diminuição progressiva da velocidade de recessão até à paragem, com a posterior inversão até ao Big Bang seguinte.

Se a massa total do Universo for menor que esse valor crítico, a expansão prosseguirá continuamente.

Como, ainda, não conseguimos determinar a massa total, restamos esperar para ver…

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