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Domingos Sequeira

Domingos Sequeira – de seu nome Domingos António do Espírito Santo (Sequeira foi buscá-lo ao padrinho, um rico tendeiro de Lisboa) – pautou a sua vida pelo mês de março. No dia 10 desse mês, no ano de 1768, nasceu em Lisboa, enquanto que no dia 8 do ano de 1837, morria em Roma. Na Casa Pia de Lisboa frequentou a Aula Régia de Desenho e Pintura, trabalhando, simultaneamente, em obras de decoração.

Recomendado a D. Maria I pelo marquês de Marialva, a monarca atribuiu-lhe uma pensão. Em 1788 parte para Roma, onde estuda pintura e composição. Ali pintou a “Alegoria à Casa Pia” e a “Aparição de Cristo a D. Afonso Henriques”. Entre dezenas de concorrentes consegue o segundo lugar em provas de aptidão para a Academia do Nu do Capitólio. Cinco anos depois já era académico de mérito da Academia de S. Lucas.

Os acontecimentos políticos da época fazem-no regressar a Lisboa em 1795, tendo-lhe D. João VI concedido uma pensão e casa para viver no Convento da Cartuxa de Laveiras. Em 1802 foi nomeado pintor da corte e co-diretor da pintura do Palácio da Ajuda e, no ano seguinte, é professor de Desenho e Pintura das princesas. Em 1806 é nomeado diretor da Aula de Desenho no Porto.

Viveu intensamente as convulsões políticas da época. Foi sucessivamente partidário do Exército da Invasão Francesa, de Junot, (1808), da Aliança Inglesa (1811) e da Revolução Liberal (1821), onde pintou retratos de 33 deputados, e da Carta Constitucional (1825), de D. Pedro IV e de D. Maria II. Com a reação antiliberal da Vila Francada, emigrou em 1823 para Paris, onde expôs no Salão do Louvre “A Morte de Camões”, obra que foi distinguida com a Medalha de Ouro, no ano seguinte. Mas Roma chamava por ele, e, em 1826, ali se fixou e continuou a pintar para a posteridade. Obras sacras, em visões de luminosidade já romântica, sendo exemplos “Vida de Cristo” (1828) e “Juízo Final”. Também foi desenhador e gravador.

Por: Américo Brito

Domingos Sequeira

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