O Desportivo de Trancoso arrancou uma surpreendente vitória no reduto do Ginásio Figueirense, assumindo candidato à subida ao Nacional. O triunfo da equipa visitante justifica-se pela estratégia e rigor táctico montado para este desafio. Esta foi uma partida que foi alternando entre o bom e o razoável em termos de espectáculo, o que não se entende, já que o Figueirense tem no seu plantel um conjunto de jogadores bem dotados tecnicamente.
Por seu lado, o Trancoso trouxe para este desafio a lição bem estudada, apresentando uma estrutura compacta no sector defensivo, um meio-campo versátil e os extremos bem encostados às linhas. Esta estratégia fez com que o Ginásio tivesse alguma dificuldade para organizar o seu futebol de ataque. Apesar do domínio territorial e maior tempo de posse de bola, os anfitriões não conseguiram resultados práticos. Depois de uma primeira parte monótona e com sucessivos erros a nível do passe, a segunda metade revelou-se mais interessante. O primeiro golo surgiu aos 60’, fruto de uma desatenção colectiva do eixo defensivo do Figueirense. João Ferreira aproveitou a oferta, correu pelo corredor central e, à entrada da grande área, rematou colocado fora do alcance de Boneco. A perder, os homens da casa foram definitivamente à procura do prejuízo. A pressão junto à baliza de Sampaio chegou, por vezes, a ser sufocante, só que o Trancoso foi defendendo com unhas, dentes e também alguma sorte a vantagem no marcador.
Depois de tanta insistência surgiu finalmente o golo da igualdade a repor a justiça no marcador. Bruno Coutinho controlou a bola dentro da área e, quando se preparava para flectir para o meio e fazer o passe ou aplicar o remate, foi impedido de o fazer de forma irregular, com o árbitro a apontar para a marca da grande penalidade. Chamado a converter, Paulo Jacinto fez o golo do empate. Reposta a igualdade, pensou-se que os locais pudessem chegar à vantagem. Porém, todas as situações de ataque acabaram por ser anuladas pelos visitantes ou mesmo desperdiçadas pelos figueirenses. Veio então o balde de água fria. A três minutos do final, Pedro Pinto, sem oposição, embalou de trás para o meio-campo contrário e, de fora da área, rematou forte e colocado. Boneco nada podia fazer, a não ser seguir com o olhar a trajectória que a bola fez até entrar no canto superior direito da sua baliza. A equipa de arbitragem esteve impecável.
António Fonseca/ Rádio Elmo