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Dois investidores negoceiam Hotel Turismo

Turismo de Portugal convidou o empresário guardense José Luís de Almeida e o grupo Visabeira a apresentarem propostas para explorar unidade encerrada desde novembro de 2010

O empresário José Luís de Almeida e o grupo Visabeira são os “finalistas” do procedimento para arrendamento, com opção de compra, do Hotel Turismo da Guarda, apurou O INTERIOR. Os dois candidatos foram convidados pelo Turismo de Portugal para apresentarem propostas e vão agora negociar diretamente com o proprietário do imóvel emblemático da cidade mais alta.

Esta é a última hipótese para reabrir o hotel guardense, encerrado desde novembro de 2010. Nesta fase, o Turismo de Portugal não adianta pormenores sobre o processo, não revelando nomeadamente quantos candidatos formalizaram interesse, quais foram excluídos, nem quando será conhecido o novo proprietário do Hotel Turismo. O certo é que o programa do procedimento adianta que a adjudicação será feita segundo o critério da proposta mais vantajosa com ponderação, por ordem decrescente de importância, de fatores como o valor da renda [ponderação de 75 por cento] e uso/finalidade [25 por cento, dos seguintes sub-fatores: percentagem de utilização como estabelecimento hoteleiro (ponderação de 75 por cento), percentagem de utilização da área livre, com serviços complementares, conexos da atividade hoteleira nas áreas da saúde, do comércio ou serviços (ponderação de 25 por cento)].

Já o caderno de encargos esclarece que o contrato de arrendamento vigora por 30 anos e renovar-se-á «automaticamente no seu termo» por 15 anos, salvo decisão em contrário de alguma das partes. Nesse período, o futuro adjudicatário poderá comprar o imóvel, uma opção a exercer nos dez primeiros anos do contrato, por 1,7 milhões de euros, «um valor atualizável à taxa de 2 por cento ao ano, capitalizável anualmente», lê-se ainda no caderno de encargos. Se tal acontecer, o potencial proprietário terá direito a abater as rendas pagas, «dependendo a percentagem desse abatimento do ano em que for exercida a opção de compra». Isto é, dedução de 70 por cento se exercer a opção de compra até 4 anos; de 50 por cento se fizer após o quarto ano e até ao sétimo; e de 25 por cento entre o sétimo e o décimo ano. No entanto, a opção de compra está condicionada à manutenção do uso do imóvel, como empreendimento turístico, pelo prazo de 30 anos, e à conclusão das obras de recuperação do edifício.

O novo proprietário está ainda obrigado a iniciar a atividade hoteleira e dos serviços complementares, «caso existam», no prazo máximo de quatro anos.

O edifício onde funcionou o Hotel Turismo da Guarda foi vendido em maio de 2011 pela Câmara da Guarda, então liderada pelo socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se desde então.

Luis Martins Hotel vendido por 3,5 milhões de euros em 2011 ao Turismo de Portugal vai agora ser arrendado com opção de compra

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