Ricardo Mestre e David Blanco repartem o favoritismo à vitória final da 74ª edição da Volta a Portugal. O português da Carmin-Prio venceu a prova no ano passado e é, por isso, o principal candidato, mas o currículo do espanhol (Efapel-Glassdrive) fazem dele um adversário a não perder de vista no pelotão.
Ricardo Mestre, o primeiro português a ganhar a Volta em oito anos, venceu recentemente o Troféu Joaquim Agostinho e deixou indicações da sua boa forma e preparação a edição deste ano. Trabalhador fundamental no período áureo de David Blanco na equipa de Tavira, o ciclista aprendeu com a experiência do espanhol onde se ganha e onde se perde a principal corrida lusa e irá reencontrá-lo agora no papel de principal adversário a um segundo título consecutivo. O seu principal adversário ganhou há dois anos a sua quarta Volta a Portugal (2006, 2008, 2009 e 2010), igualando o recorde de Marco Chagas, e decidiu aventurar-se no ciclismo de alto nível na equipa da Geox, mas sem grandes êxitos. Passados dois anos, David Blanco está de regresso às estradas portuguesas, onde o esperam 1.605 quilómetros entre Castelo Branco e Lisboa, de 15 a 26 de agosto.
Além destes dois ciclistas, há mais protagonistas no pelotão com capacidade para lutar pela geral. É o caso de Nuno Ribeiro (Efapel-Glassdrive), vencedor de 2003 e que foi desclassificado em 2009 após vencer a Volta desse ano por doping. Após cumprir uma suspensão de dois anos, o português regressou este ano ao pelotão e quer mostrar trabalho. Também Rui Sousa, da mesma equipa, terceiro classificado em 2011 e 2002, pode surpreender apesar da sua veterania na caravana ciclista portuguesa. Também da Efapel-Glassdrive, Sérgio Ribeiro, camisola da regularidade nas últimas duas edições, é outro corredor a ter em conta dado percurso da Volta deste ano, que conta apenas com duas metas de montanha. Mas há mais candidatos aos lugares cimeiros da geral, como João Cabreira (Onda), quarto classificado em 2009, e o trio da LA-Antarte formado por Hugo Sabido, primeiro camisola amarela de 2011, José Mendes, o “emigrante” que regressou da Polónia, e Edgar Pinto, o azarado da 73ª edição (caiu e foi forçado a abandonar).
A todos eles haverá que juntar os “estrangeiros”, uma incógnita em cada edição. Assim, os especialistas destacam dois nomes tendo em conta o seu currículo. São eles o colombiano Victor Hugo Peña (Colombia Coldeportes), antigo ciclista da extinta US Postal ao lado do norte-americano Lance Armstrong no Tour e portador da camisola amarela da prova francesa durante três dias na edição de 2003; e o espanhol Moises Dueñas (Burgos-Castilla e León), vencedor da Volta a França do Futuro de 2006, mais conhecido por ter sido expulso do Tour em 2008 após um controlo antidoping positivo.
