A Quinta Vale d’Aldeia está a dar que falar no mundo vinícola do Douro. Com um pouco habitual leque de mais de duas dezenas de referências, este produtor da Mêda aposta em todos os nichos de mercado com vinhos tão surpreendentes quanto a sofisticação dos seus nomes e rótulos.
Xaino, Look’s, Infiel, Kasta ou Foral da Mêda são as suas “marcas” de guerra, que complementa com néctares sofisticados como o Quinta Vale d’Aldeia Grande Reserva, espumantes, rosés, Portos ou um inesperado Alvarinho maduro. O resultado é um hino à Região Demarcada do Douro, mais propriamente à sub-região do Douro Superior onde se situam as vinhas e a adega da Quinta Vale d’Aldeia, um projeto dos irmãos João e José Amado – donos da empresa de obras públicas Gualdim Anciães Amado & Filhos, Lda – nas proximidades de Longroiva que apostaram nos vinhos de excelência. Atualmente, a quinta possui 110 hectares de terreno cultivado, dos quais 80 são de vinha e os restantes de olival. As vinhas têm vindo a ser plantadas desde 2004 e estão distribuídas em parcelas por castas criteriosamente selecionadas, tendo em conta as características dos solos, exposições solares, altitude (entre os 380 e os 600 metros) e as maturações que se pretendem obter, ou seja, as castas dos brancos em cotas mais altas e a dos tintos a altitudes inferiores. As castas tintas selecionadas são a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinto Cão, Tinta Amarela e Sousão. Relativamente às castas brancas são essencialmente Viosinho, Rabigato, Gouveio, Alvarinho e Verdelho da Madeira.
Elemento fundamental na produção de vinho, a adega foi construída de raiz em 2009 e equipada com tecnologia de ponta, num investimento da ordem dos 7 milhões de euros. Encrustado na paisagem, o edifício tem três pisos estando grande parte da sua estrutura escondida para realçar a beleza natural da encosta, enquadrada por uma vasta plantação de amendoeiras. O piso 0 tem duas zonas distintas, uma para a receção das uvas e outra com espaços administrativos e de caráter social, nomeadamente uma área de provas e eventos com vista para os dois pisos inferiores e para o exterior envolvente. O piso -1 destina-se aos equipamentos de fermentação alcoólica dos vinhos tintos, possuindo também uma vasta zona de armazenagem de produtos acabados. Já no piso -2 encontra-se a zona de fermentação dos brancos, a armazenagem dos tintos, a área de engarrafamento e rotulagem, bem como um espaço ímpar para estágio dos vinhos em carvalho francês.
A forma como a adega está construída e a qualidade e dimensão do equipamento (a capacidade de vinificação é de 750 mil litros) são o sonho de qualquer enólogo, que o diga José Eduardo Conceição, a quem compete a árdua tarefa de selecionar os lotes com os quais a Quinta Vale d’Aldeia vai todos os anos para o mercado. Atualmente, a produção é da ordem do milhão de litros e vai maioritariamente para o mercado nacional, sendo a taxa de exportação da ordem dos 30 a 40 por cento. «O objetivo é chegar aos 60 por cento no próximo ano», afirma o jovem enólogo. A “menina dos olhos” do Vale d’Aldeia é o Alvarinho, «uma aventura que está a correr muito bem», afiança José Eduardo Conceição, revelando que a produção «está esgotada antes de acabar o ano». Segundo o responsável, este é um nicho de mercado «com grande futuro e os produtores do Douro também vão apostar no Alvarinho maduro porque a complexidade, o volume de boca que a casta tem aqui é excecional», garante. Nesse sentido, a Quinta Vale d’Aldeia vai plantar mais três hectares desta casta.
Prémios e reconhecimento internacional
Os vinhos Quinta Vale d’Aldeia têm conquistado o reconhecimento internacional nas feiras mais importantes do setor. Este ano, no concurso de vinhos mais prestigiado da Alemanha, o “Mundus Vini”, o Quinta Vale d’ Aldeia Grande Reserva Tinto 2011, já medalhado em diversos concursos, obteve Medalha de Ouro. A mesma distinção atribuída ao Xaino Selection 2012, enquanto o Quinta Vale d’ Aldeia Branco 2014 conquistou a medalha de prata. No “China Wine & Spirits Awards”, realizado em agosto, o Quinta Vale d’ Aldeia Grande Reserva Tinto 2011 obteve a maior distinção do certame, alcançando a dupla medalha de ouro. Já o Xaino Selection 2012 conseguiu uma medalha de ouro e o Quinta Vale d’ Aldeia Alvarinho 2014 a prata. Antes, no concurso internacional de Lyon, em França, a Quinta Vale d´Aldeia ganhou uma medalha de ouro e duas de prata. Em maio, no Concurso de vinhos do Douro Superior realizado em Vila Nova de Foz Côa, foi o Quinta Vale D’Aldeia Alvarinho que ganhou uma medalha de Ouro. Nesse mesmo mês, o Quinta Vale D´Aldeia Grande Reserva 2011 recebeu a Grande Medalha Douro no concurso mundial de Bruxelas.