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Dinossauros

Mitocôndrias e Quasares

Um dos temas que desperta mais interesse nas crianças, jovens e adolescentes e que pode servir de alavanca para a promoção da ciência e do conhecimento científico é o tema dinossauros. Qualquer exposição, filme, conferência desperta interesse redobrado quando se fala destes seres já extintos.

Os dinossauros apareceram no período Triássico, há aproximadamente 230 milhões de anos, e reinaram na Terra durante mais de 150 milhões de anos. Quando são vistos em comparação com a existência humana que possui uns pouquíssimos milhões de anos, o sucesso é visível. É possível que a principal razão para o seu domínio tenha sido o desenvolvimento de uma articulação do quadril que distinguia os dinossauros dos outros répteis permitindo-lhes manter uma posição ereta e deslocar-se muito mais depressa. Quando o supercontinente da Pangeia se dividiu durante o período Jurássico, duas populações de dinossauros começaram a desenvolver-se separadamente e a diversificação continuou até há 65 milhões de anos, altura em que os dinossauros se extinguiram.

Apesar dos dinossauros terem vivido numa época longínqua, estes deixaram pegadas ou restos no silte ou no lodo moles, que por vezes, fossilizaram, deixando pistas sobre o seu comportamento. Também existem fósseis de marcas de dentes, de estruturas de nidificação, de ovos, de pedras gástricas arredondadas e de excremento. Estes vestígios revelam muita informação sobre a forma como os dinossauros viviam. Locais de nidificação como a Montanha dos Ovos (Eggs Mountain) no estado de Montana, nos EUA, mostraram que os dinossauros Maiasaura se reuniam em grupo e construíam ninhos em colónias para criarem os seus filhotes. Os seus ovos eram pequenos em comparação com o seu tamanho adulto, por isso, os progenitores iam procurar alimento para satisfazer os apetites vorazes das suas crias em crescimento. Os rastos encontrados revelam que os dinossauros se deslocavam e viviam em grupos, manifestando instintos de manada como por exemplo empurrando as crias para o centro de um grupo para protegê-las dos predadores.

Uma outra informação que pode obter tendo como base as marcas de dentes em ossos fossilizados é o regime alimentar destes seres vivos. A título de exemplo, pode referir-se que as marcas das pegadas do Ceratópsio mostram que este dinossauro herbívoro, com o focinho protegido por escudos ósseos, caminhava sobre as quatro patas. Já as marcas das pegadas do Terópode, delicadas e semelhantes às das aves, mostram que este carnívoro possuía um andamento muito veloz sobre duas patas.

Estas e outras estão a ser coletadas com modernas técnicas, como por exemplo a micro-tomografia de raios X que permite visualizar detalhes da estrutura interna dos fósseis sem recorrer a técnicas invasivas. Deste modo, os fósseis mantêm-se intactos para que a população os possa contemplar e para que gerações futuras possam prosseguir o estudo dos mesmos, muito provavelmente com recurso a técnicas de caracterização mais avançadas. Vamos esperar para ver que novos conhecimentos são produzidos por esta esta geração adepta de dinossauros.

Por: António Costa

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