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Diminuição de bombeiros no distrito da Guarda «não é significativa»

Último Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses revela uma redução de voluntários no ativo desde 2010

Há 3.383 bombeiros voluntários no distrito da Guarda, de acordo com o último Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses divulgado na semana passada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Segundo aquela “radiografia”, realizada em junho, as 23 corporações existentes tinham 1.222 elementos no corpo ativo, 48 no comando e 357 no quadro de honra. Já na reserva estão 958 voluntários, enquanto outros 798 voluntários estão sem quadro, isto é, são estagiários que não podem exercer atividade operacional. O que perfaz um total de 3.383 bombeiros, sendo que a Guarda é, a nível nacional, o oitavo distrito com mais voluntários. O Porto, com 8.340 “soldados da paz”, Lisboa (8.031), Aveiro (4.898) e Viseu (4.822) são os distritos com mais voluntários. Inversamente, Beja (1.239), Évora (1.404), Viana do Castelo (1.445) e Portalegre (1.452) são os que têm menos. Em termos nacionais, o número de bombeiros no ativo diminuiu 38,5 por cento, em cerca de cinco anos, estando atualmente registados 27.667, segundo o recenseamento agora divulgado. O que é muito menos do que os mais de 45 mil que, antes de 2007, se considerava existir em Portugal. Uma situação que os três últimos recenseamentos ajudaram a esclarecer, revelando uma tendência decrescente de elementos no ativo desde 2010 (28.701) e 2012 (27.667).

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda (FBDG) adianta que esta redução também está a verificar-se por cá, mas garante que o decréscimo «não é significativo». Sem avançar dados, Gil Barreiros refere que um dos motivos para esta situação deve-se «à passagem de elementos do corpo ativo ao quadro de reserva por não reunirem as condições exigidas por lei em horas de trabalho voluntário e de formação». No entanto, o dirigente ressalva que este podem voltar ao ativo, mediante a apresentação de um requerimento e sujeitando-se a um período de observação de dois meses. Gil Barreiros culpou também a legislação atual, considerando que «não serve aos bombeiros voluntários» por ser «extremamente apertada, tendo em conta a realidade do país». Além disso, queixa-se que há atualmente um «menor reconhecimento do voluntariado» devido a medidas como a retirada da isenção nas taxas moderadoras e a retenção de IRS.

«São medidas desmotivantes e que causam uma menor disponibilidade. Não se pode continuar a exigir prontidão de forma irrisoriamente recompensada. 1,70 euros por hora para arriscar a vida é muito pouco e perante isto é normal que o voluntariado responda “não estamos cá”», considera o presidente da FDBG. O Recenseamento Nacional dos Bombeiros Portugueses regista atualmente 61.242 bombeiros voluntários, dos quais 27.667 pertencem ao quadro activo, 1.103 ao comando, 7.159 ao quadro de honra, 13.300 à reserva e 12.013 estão sem quadro. Segundo a ANPC, são os voluntários que estão no quadro ativo que realizam as missões atribuídas aos corpos dos bombeiros, além dos que exercem funções de comando, sendo o comandante responsável pela forma como as entidades subordinadas cumprem as missões atribuídas. O último recenseamento da ANPC mostra também que 20 por cento de todos os voluntários são mulheres. Em Portugal Continental existem 413 corpos de bombeiros voluntários, distribuídos por todos os concelhos, à exceção de Castro Marim.

Luis Martins As 23 corporações do distrito têm 3.383 elementos, dos quais 1.222 no corpo ativo

Diminuição de bombeiros no distrito da Guarda «não é significativa»

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